Militares foram impedidos de entrar em hospital e dois porteiros foram detidos

Presidente da ABCG (Associação Beneficente de ), Esacheu Nascimento, afirma que a senha apresentada pela equipe do – barrada de entrar com ambulância no Pronto Socorro do hospital, no último sábado (5) – não existe. A divergência resultou na prisão de dois porteiros, detidos pelos militares por obstruir a passagem da ambulância.

O diretor do hospital defende de que os funcionários cumpriam ordens de deixar entrar apenas pacientes encaminhados pela Central de Regulação, no entanto, a senha apresentada pelos militares não foi encontrada.

“Todos os agentes do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e do Corpo de Bombeiros estão devidamente orientados de que uma vez resgato o paciente, precisa entrar imediatamente em contato com a Central de Regulação e então pegar a senha para entrada. Infelizmente o agente chegou com uma senha que não confere. Nosso funcionário foi conferir com a regulação do município e ele [bombeiro] pulou, quebrou o portão de acesso e entrou com o paciente. É uma situação inusitada que está sendo apurada administrativamente e por via do inquérito policial”, declara. 

Até o momento não se sabe o motivo pelo qual a senha não foi encontrada na Central de Regulação. O tenente-coronel e chefe de comunicação do Corpo de Bombeiros, Marcelo Dias, defende de que o paciente estava regulado e que o bombeiro não poderia mantê-lo na ambulância.

“Nenhum protocolo administrativo deve de sobrepor ao socorro. A ação da corporação está coberta e alinhada. Não tínhamos alternativa. Era uma vítima grave e regulada pela Central. A Santa Casa, pode fazer a defesa de que não encontrou a senha, mas houve regulação. Pode ter havido de ter informado a senha errada, mas com uma vítima grave, não existe justificativa”, ressalta.Senha apresentada por bombeiros não existe, afirma diretor da Santa Casa

O tenente-coronel garante que um procedimento interno será instaurado para apurar os fatos.  “Vamos abrir procedimento como abrimos para tudo que gera dúvida, o bombeiro estando certo ou errado. Se ficar comprovado erro, o militar responde da forma da lei”, observa.

Apesar do procedimento interno que será instaurado, a conduta dos militares foi considerada correta. “Existe verdade absoluta, o bombeiro não pode ficar com vítima grave na ambulância, esse é um problema do Estado. O nosso é manter o corpo operacional para dar atendimento a quem precisa. Agimos em exercício regular do direito. A vida do ser humano colocada em primeiro plano. Para o bombeiro isso é um valor inegociável”, destaca. 

O procedimento interno deve ser concluído em 30 dias. O fato também é investigado por meio de inquérito policial e pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).