Não há previsão de quando os ônibus voltam a rodar. 

Campo Grande amanheceu vazia nesta sexta-feira (28), por causa da ‘Greve Geral’ contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer. Pontos de ônibus e terminais estão vazios, e não há previsão de quando os ônibus voltam a rodar. 

A área central da cidade está sem movimentação. Já sabendo da greve a população não procurou pelo transporte coletivo, que está paralisado. Apenas uma pessoa procurou pelo transporte no terminal do Hércules Maymone, no final da Avenida Zahran.

Os mototaxista que ficam em frente à Praça Ary Coelho afirmaram ser a favor da mobilização, sem que ela seja partidária, “Se for para melhorias, nós apoiamos”, dizem.  A empresa de transporte Canarinho também aderiu à paralisação.

Os ônibus do transporte coletivo estão parados nas garagens, sem previsão de saída, e o presidente do STTCU (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira de Freita, pede “compreensão”. “A população tem que entender que não é uma coisa isolada, os motoristas de ônibus estão em um movimento nacional e pedimos a compreensão, pois temos que dar a nossa parte”. 

A greve

A manifestação vai ocorrer após dois dias de o texto da Reforma Trabalhista ser aprovado na Câmara Federal. A base governista alega ‘modernização’ das leis trabalhistas. Já os críticos, apontam alterações com objetivo de fragilizar as relações trabalhistas, deixando os empregados com menos direitos e sem salvaguardas, já que os sindicatos podem perder força.

Entre as categorias que já aderiram à “greve geral” estão os trabalhadores dos Correios, do transporte público, policiais civis, agentes penitenciários, agente patrimoniais, servidores do hospital regional do Mato Grosso do Sul, Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor, judiciário, bancários. Os alunos de escolas públicas também estão se organizando para a participação.

Votação

Cinco dos oito deputados federais por Mato Grosso do Sul votaram a favor da Reforma Trabalhista proposta pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) na noite desta quarta-feira (26). Carlos Marun (PMDB), Elizeu Dionizio (PSDB), Geraldo Resende (PMDB), Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB) foram favoráveis.

Apenas o ex-governador e atual deputado Zeca (PT), Vander Loubet (PT) e Dagoberto (PDT) foram contrários. A discussão pelo adiamento em duas sessões da votação do texto-base da reforma durou quase 14 horas. Em seguida, os deputados votaram nominalmente, uma briga da oposição do governo que exigia que os parlamentares “dessem a cara a tapa” ao aprovar o projeto.

O texto foi aprovado por 296 votos a favor e 177 contrários e segue agora para o Senado. Entre outros, a reforma define pontos que podem ser fruto de acordo entre empresários e representantes dos trabalhadores, passando a ter força de lei.

Colaborou: Anny Malagolini