Atos na praça Ary Coelho e marcha contra reforma da previdência
Mulheres da capital e do interior do estado protagonizarão atos para conscientização e protesto nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Com diversos assuntos na pauta, como reforma da Previdência, protesto contra abusos, violência e desigualdade no trabalho, o 8 de março será marcado por vários atos em Campo Grande, que incluem marchas e atividades na praça Ary Coelho, que fazem parte de um movimento mundial que propõe uma greve de mulheres neste dia.
Vindas de assentamentos do interior do estado, elas começaram a chegar no final da tarde desta terça-feira (7). Cerca de 50 mulheres dormiram no salão de festas do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliário), na rua Maracaju, e a partir das 8h, marcharão em direção à sede da Previdência Privada, na rua 26 de agosto. Segundo Maria Rosana, integrante do Comitê de Mulheres da Frente Brasil Popular de Mato Grosso do Sul, a caminhada prioriza o debate sobre a reforma previdenciária.
“Se a reforma da Previdência for estabelecida como está hoje, vai ser um prejuizo muito grande para as mulheres que precisarão trabalhar mais tempo para se aposentarem, visto que já tem a carga do trabalho doméstico. A reforma coloca novamente sobre a mulher o pagamento das diferenças”, aponta Maria Rosana.
A professora e trabalhadora rural Laura dos Santos, 47, veio do assentamento Andalúcia de Nioaque, município 199 quilômetros distante de Campo Grande, e é uma das mulheres que participará da marcha. “A caminhada é composta principalmente por mulheres dos assentamentos, mas a luta é de todas”, ressalta. Para ela, o momentos é de protesto contra as ações do atual governo que pode desfazer políticas importantes que foram conquistadas, como a educação do campo e agricultura familiar.
Paralelamente, também a partir das 8h, inicia-se na praça Ary Coelho uma manifestação aberta com participação de várias lideranças e grupos de movimentos sociais. Chamado de 8M Campo Grande, o evento espera receber a participação de 250 mulheres durante a manhã. Segundo Sandra da Silva, assistente social e uma das organizadoras do ato, “o momento é de reflexão e não de comemoração”, explica, sobre as ações realizadas no Dia Internacional da Mulher.
Durante a manhã haverá várias atividades, incluindo apresentações culturais e comercialização de produtos. Haverá um microfone que estará aberto para que as mulheres e lideranças possam expor suas opiniões. Entre os grupos que participarão, estão o Núcleo de Estudos de Gênero da UFMS, Grupo Tez, Núcleo de Psicologia do Conselho Regional de Psicologia do MS, Instituto Brasileiro de Inclusão Social, entre outros.
Por volta das 10 horas, o grupo pretende marchar pelas ruas do centro de Campo Grande, com faixas, cartazes e palavras de ordem, A página do evento no Facebook tem mais de 100 pessoas interessadas.
Outra manifestação feminista, também na praça Ary Coelho, terá início às 17h. A Batucada Feminista é organizada pelo grupo Marcha Mundial de Mulheres MS e compartilha das questões propostas para o dia. A psicóloga Keila de Oliveira Antônio diz que o movimento pretende denunciar o prejuizo que as mulheres terão coma proposta da reforma do cotidiano, assim como os abusos sofridos no cotidiano, entre eles agressões e desigualdades. Mais de 180 pessoas manifestaram interesse na página do evento no Facebook.
Greve de Mulheres
Pelo menos 46 países programaram paralisações ou atos em alusão à greve de mulheres em todo o mundo. Segundo o El País, por conta do movimento ‘Ni Una a Menos’ (Nem Uma a Menos), da Argenteina, o maior volume está nos países da América Latina, onde mulheres sofrem com graves problemas de violência. Além disso, a desigualdade salarial entre homens e mulheres para cargos de igual valor também é uma questão que a paralisação ressalta.