Mais de 10 municípios estão sem banca de exames

Além da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) também enfrenta problemas no pagamento de diárias aos servidores e alguns municípios do interior acabaram prejudicados.

De acordo com a direção do Sindetran-MS (Sindicato dos Servidores do Detran), entre a última segunda-feira (28), e hoje, quarta-feira (30), já são 11 municípios sem presença de banca examinadora para realização dos exames práticos de habilitação, já que os servidores do órgão não viajaram sem o pagamento antecipado das diárias.

“Nosso servidor não pode mais passar pelo constrangimento de viajar e não receber a diária, correndo risco de não ter como arcar suas despesas”, declarou o presidente do sindicato, Octacílio Sakai Junior.

Alunos de autoescolas das cidades de Anaurilândia, Antônio João, Aral Moreira, Batayporã, Bodoquena, Corumbá, Fátima do Sul, Ivinhema, Ladário, Nova Alvorada do Sul, Ponta Porã e Sidrolândia terão que esperar, segundo o Sindetran, para realizarem a última etapa antes da obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

O presidente do sindicato afirma que as diárias custam entre R$ 100,00 e R$ 150,00, dependendo da distância da cidade onde o exame é realizado. Segundo ele, 200 servidores estão sem receber e 300 exames deixaram de ser realizados nos últimos três dias. “Já enviamos um ofício comunicando o problema de atrasos constantes”, declara. 

Problema antigo

O órgão que representa os servidores do Detran alega ainda que o problema é recorrente, e que desde o início de 2017 adota providências para tentar solucionar o atraso no pagamento das diárias.

“Temos um cronograma de viagens estabelecido com antecedência de 30 dias. Não há motivos cabíveis para que o servidor viaje sem o pagamento prévio da diária e muito menos que essa diária atrase”, explica o secretário-geral do Sindetran-MS, Bruno Alves.

O sindicato ainda acusa a direção do Detran de, ao invés de solucionar o atraso nos pagamentos, utilizar outros funcionários, que não os concursados, para desempenhar funções que legalmente só deveriam ser exercida por servidores efetivos.

“Essa designação (de outros funcionários para viajar) só deveria ser usada em caso de não haver motorista disponível, o que não é o caso. Nossos colegas motoristas estão disponíveis, só exigem que o pagamento da diária seja realizado antes da viagem, como é de direito”, completa Sakai.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax encaminhou solicitações de respostas para assessoria do Detran e do governo, pela assessoria de comunicação do órgão, de que “houve problemas no processamento dos pagamentos”. A  previsão é de que a situação seria normalizada ontem, o que não ocorreu. 

(Colaborou Aline Machado, Paulo Fernandes e Wendy Tonhati)