Deputado Elizeu Dionizio pede saída do PSDB da base do governo Temer
Parlamentar afirma que continuar aliado a Temer seria ato de corrupção
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Parlamentar afirma que continuar aliado a Temer seria ato de corrupção
Após a repercussão da delação do dono da JBS, Joesley Batista, o deputado federal Elizeu Dionizio (PSDB) afirmou que espera que o partido tucano se desvincule do governo do presidente Michel Temer (PMDB), retirando ministros de seus postos e políticos ocupantes de cargos de confiança do presidente.
“Se a gente estiver vinculado a um governo publicamente corrupto, a gente vai ser pior que ele”, diz o parlamentar sobre o PSDB. Atualmente, o partido tem os ministros Bruno Araújo (Cidades), Osmar Serraglio (Justiça) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) como tucanos no governo Temer.
Mesmo tendo elogiado, no início do mandato do presidente Michel Temer, as medidas de austeridade do peemedebista, Elizeu diz que não há contradição na debandada do PSDB da base do governo do PMDB, que assumiu por causa do pedido de impeachment impulsionado pelo partido.
“Nós questionamos o PT, e constitucionalmente quem assumiu foi o vice-presidente. Os que assumiram continuaram assumindo as mesmas práticas dos afastados. O nosso posicionamento é de continuar fazendo a crítica, somente isso”, disse.
O deputado federal lamentou as denúncias contra o presidente, mas comemorou o avanço da Justiça em agir com a Operação Patmos deflagrada na manhã desta quinta-feira (18).
“É uma catástrofe do ponto de vista econômico e social, mas um avanço do ponto de vista da moralidade”, disse Dionizio.
Questionado sobre a situação de seu partido com o afastamento do presidente nacional Aécio Neves (PSDB), Elizeu minimizou o incidente declarando que é preciso separar “a instituição da pessoa”.
“Ele não estava lá [na conversa com Joesley] para tratar de assuntos relacionados ao partido, e sim para tratar de assuntos pessoais. Se ele cobrou dinheiro pessoal eu não sei”, disse o parlamentar.
Segundo o deputado, o PSDB ainda não possui um posicionamento oficial a respeito da saída do presidente Aécio Neves do partido, e segue se reunindo para tratar do assunto.
Delação
Em delação entregue pelo dono da JBS, Joesley Batista, ao ministro relator da Lava-Jato, Edson Fachin, foram gravados áudios que revelam tratativas com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves, afastado por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em um áudio apresentado na delação, Joesley gravou o senador Aécio Neves lhe pedindo R$ 2 milhões para “pagar sua defesa na Lava-Jato”. O senador afastado é alvo da Operação Patmos, como consequência da delação.
Na delação, o presidente Temer também foi gravado num outro áudio, dando aquiescência a uma afirmação de Joesley, de que estava pagando Eduardo Cunha (PMDB) para manter “silêncio” na prisão.
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