Bitcoin: Minerworld segue com atrasos e temor entre clientes aumenta

Associados relatam que prazo de quitação não foi honrado pela empresa

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Associados relatam que prazo de quitação não foi honrado pela empresa

A empresa de mineração de bitcoins Minerworld, com sede em Campo Grande, continua a enfrentar relatos de atrasos nos pagamentos – o prazo informado para quitação venceu na última terça-feira (26), mas muitos associados reclamam que não receberam os pagamentos.

Os primeiros relatos de atrasos tiveram início ainda em outubro, o que despertou nos associados temor por prejuízos financeiros, uma vez que a empresa é investigada por suposto esquema de pirâmide financeira. Na época, a empresa responsabilizou a demora nos pagamentos a uma migração e atualização de servidores, além de uma atualização no sistema da criptomoeda (fork) que estaria retendo os bitcoin, ocasionado lentidão e suspensão dos depósitos.

Em relação aos atrasos, a Minerworld afirmou à reportagem, no último dia 14 de dezembro, que “a maior parte dos pagamentos foi quitada” e reforçou que vem passando, desde novembro, “por uma reestruturação e fortalecimento dos seus negócios a partir de um plano de expansão que inclui a mudança de plataforma operacional”, o que explicaria, segundo a empresa, algumas das pendências.

Associados relatam atrasos em grupos de WhatsApp (Reprodução/WhatsApp)

Para tanto, um cronograma foi apresentado, no qual pagamentos atrasados seriam quitados nos dias 15 e 20 de dezembro. Já os novos pedidos de saque, realizados entre 21 e 26 de dezembro, seriam compensados aos associados ainda no dia 26 – prazo que venceu. Porém, os relatos de atrasos continuam.

“O que está havendo é que pouquíssimos pagamentos estão sendo feito diariamente, mas não se sabe bem qual critério utilizado”, aponta um associado que preferiu não ser identificado e que afirma que tem rendimentos pendentes desde outubro.

A empresa foi procurada pela reportagem, mas ainda não se posicionou sobre a persistência de atrasos nos pagamentos.

Investigação

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alvo de investigação da polícia paraguaia

No Brasil, a empresa é investigada pela Polícia Federal por supostamente atuar em esquema de pirâmide financeira. O advogado Cícero Saad, de Campo Grande, apresentado como o principal diretor da empresa, nega o esquema fraudulento. Ele responde processo de estelionato na Justiça, acusado de fraudar comprovantes de pagamento. Também integram a direção da empresa Hercules Gobbi e Johnes Carvalho. A sede na Capital fica em um edifício empresarial, localizado na rua 15 de Novembro.

Sobre o bitcoin

O bitcoin é uma espécie de moeda virtual (criptomoeda) que não está sob domínio do Banco Central de qualquer país, ou seja, não está relacionado a qualquer governo. Assim, as transações digitais são feitas sem a intermediação de um banco, num sistema bastante complexo que é validado por computadores do mundo inteiro – as estações de mineração.

Existem duas formas, basicamente, de conseguir comprar bitcoins: a primeira é pelo aplicativo oficial ou pelo site do serviço, trocando dinheiro real por bitcoins, algo semelhante a um sistema de câmbio. A segunda, é por meio da mineração, ou seja, a disponibilização de computadores para validarem o sistema que faz o bitcoin funcionar. Assim, os ‘mineradores’ recebem pelo serviço recompensa em bitcoins, que são lançados no mercado.

Todavia, por não ser rastreável e nem controlada por nenhum governo, o bitcoin tem protagonizado uma série de polêmicas. Muitos especialistas apontam que o Bitcoin pode favorecer a sonegação de impostos, já que não obrigatoriamente os valores em criptomoedas são convertidos em dinheiro estatal, o que inicialmente dificulta a fiscalização das Receitas Federais do mundo inteiro. Outro fator é que o bitcoin tem sido apontado como a moeda que financia, por exemplo, ataques terroristas e crimes como sequestros. Por fim, os esquemas de mineração de bitcoin também podem, segundo especialistas, serem utilizados para esquemas de pirâmides financeiras.

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