Sistema deve controlar frequência dos médicos

Até o final do ano a Prefeitura de deve instalar pontos eletrônicos para controlar a frequência dos médicos que cumprem plantão na rede pública de saúde, conforme garantiu o prefeito Marquinhos Trad. O chefe do executivo municipal declarou ser favorável à utilização do equipamento, e disse que o funcionamento “acaba com a polêmica”. 

Em agenda pública desta terça-feira, Marquinhos comentou os episódios em que profissionais foram flagrados fora da unidade, embora estivessem em horário de expediente. Em visita surpresa na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon no mês passado, o próprio prefeito constatou o atraso de três plantonistas. 

“Acaba com a polêmica”, concluiu. E continuou: “É uma determinação. Não fere a liberdade e traz a certeza da presença do médico. É bom para a prefeitura, para o médico e para a população”. 

Para coibir estas falhas, a Prefeitura tenta instalar em torno de 700 pontos eletrônicos para controlar a frequência dos médicos, enfermeiros e demais funcionários, mas ainda sem previsão de funcionamento. O investimento será de R$ 1,4 milhão. Nesse meio tempo, o acompanhamento de horários é feito na abertura de cada plantão, pela gerência da unidade, segundo informado pela assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).  

‘Caixa-preta' nos plantões médicos

Reportagem publicada pelo Jornal Midiamax, nesta segunda-feira, 10, mostrou como é o atendimento infantil na UPA do bairro Coronel Antonino, e revelou a falta de controle dos médicos nas unidades. Atualmente, os médicos da Capital não precisam bater ponto e a única forma de controlar horário de chegada e saída e pontualidade ainda é manual, administrada pela gerência do posto de saúde, geralmente um profissional de enfermagem.

Normalmente, o plantão começa às 7 horas. Às 13h, há troca de turno, e aqueles que optam pelos regimes de 12 horas só podem encerrar o expediente às 19 horas. Neste caso, e somente neste, os médicos poderiam ter até uma hora de descanso, combinada na própria unidade.

Isso quer dizer que o controle não é oficial, e é passível de falhas. Não se sabe, por exemplo, o tempo real que o médico levou entre o almoço e a retomada dos atendimentos, nem mesmo se ele entrou pontualmente em seu turno de trabalho, como ocorre com demais servidores que prestam serviço público. Sem uma forma eficaz de coibir as falhas dos plantões e os horários dos médicos, que trabalham praticamente de forma autônoma, os horários de pico acabam se tornando ainda mais tumultuados

 

Problema antigo 

O descontrole dos horários dos plantonistas entrou na mira do MPE (Ministério Público Estadual) há exatos 12 meses. Á época, o órgão recomendou à Prefeitura de Campo Grande, bem como à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que instalasse em 120 dias – 4 meses – pontos eletrônicos nas unidades de saúde para que o município tivesse maior controle da assiduidade e pontualidade dos profissionais que atuam na área como médicos, odontólogos, enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem entre outros.