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Cotidiano

Vaquinha para ajudar índios despejados dobra meta para arrecadar R$ 20 mil

Intenção é construir casas removíveis em acampamento às margens de BR
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Intenção é construir casas removíveis em acampamento às margens de BR

A vaquinha criada pelo professor universitário Tiago Botelho, com o objetivo de ajudar índios despejados de uma fazenda em , a 228 quilômetros de , dobrou a meta inicial e em pouco mais de uma semana já está prestes a arrecadar R$ 20 mil. O dinheiro, segundo o idealizador da campanha, será utilizado na construção de habitações removíveis para que os possam viver com dignidade às margens da BR-463 até que a demarcação de seu território seja concluída.

No dia 6 de julho, forças da PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PM (Polícia Militar) cumpriram ordem de reintegração de posse expedida há 14 meses pela 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados. Nove índios que ocupavam parte da fazenda Serrana, território que reivindicam como Tekoha Apyka’i, tiveram os barracos destruídos e foram despejados numa manhã de garoa fina e termômetros a marcar 14.4ºC.

Dois adultos, três idosos e quatro crianças guarani-kaiowá, liderados pela cacique Damiana, recusaram-se a ir para longe do local onde enterraram nove familiares desde 2008, oito deles atropelados. Mesmo com o risco de novos atropelamentos, decidiram reerguer os barracos, desta vez ainda mais improvisados e precários, às margens da movimentada rodovia federal que liga Dourados a Ponta Porã.

“O Judiciário atendeu o interesse de fazendeiros e esqueceu que no dia chuvoso ele despejava vidas humanas indígenas. Que continuam existindo e ele simplesmente não quis saber”, desabafa Botelho, professor da Faculdade de Direito da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). “70 homens armados, encapuzados e com determinação judicial derrubaram, queimaram e soterram bens materiais e espirituais”.

Dois dias depois dessa cena que testemunhou, o professor universitário recorreu a uma plataforma digital e lançou a vaquinha para ajudar os guarani-kaiowá de Apyka’i. Como noticiou o Jornal Midiamax no dia 9, em menos de 24 horas já haviam sido doados quase 80% da meta de R$ 10 mil. “Foi uma surpresa para todos, pois as pessoas passaram a ligar e procurar do Brasil e do exterior”, menciona Botelho, que decidiu elevar para R$ 20 mil a proposta de arrecadação total. Neste sábado (16), o site criado para esse fim informa R$ 16.065,25 de valor arrecadado e R$ 5.515,00 de boletos pendentes, valores doados e que ainda precisam ser confirmados pelo sistema.

Para aplicar esse dinheiro, foi constituída uma comissão de fiscalização e uso do dinheiro, com membros da própria comunidade indígena, professores e estudantes da UFGD e membros da sociedade civil como um todo. “Foi firmado convênio com engenheiros que irão elaborar projetos de casas removíveis e dialogar com a comunidade. Não há um projeto certo ainda, pois estamos estudando, orçando e dialogando com Damiana. As casas surgem de um anseio dela, que chorando diz que não quer barracos de lona, pois na terra Apyka’i ela morava numa estrutura de madeira e telhas.  Os barracos que lá estão na BR foram construídos de forma improvisada, frente ao despejo insano, pois chovia e anoitecia”, revela o professor.

Considerada pelo MPF (Ministério Público Federal) uma das comunidades indígenas mais vulneráveis de Mato Grosso do Sul, por causa da miséria a qual está submetida, o grupo liderado pela cacique Damiana cobra celeridade em processos demarcatórios que teriam como alvo a área de onde foram despejados. Um dia após a reintegração de posse, bloquearam o KM 6 da BR-463 por três horas; a liberação só ocorreu depois que representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) foram ao local e assumiram compromissos referentes à demarcação do território indígena.

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