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Cotidiano

UFGD ‘segura’ vestibular de curso e movimento estudantil ocupa reitoria

Ocupação também luta contra cortes na Educação
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Ocupação também luta contra cortes na Educação

 

 

 

Cerca de 200 alunos do curso de Licenciatura em Educação do Campo (Leduc) e estudantes do movimento estudantil da (Universidade Federal da Grande Dourados) ocuparam a reitoria da Universidade em Dourados – distante 235 quilômetros de -, na manhã desta sexta-feira (21), reivindicando a publicação do edital de vestibular do Leduc, melhorias na estrutura e formação, além de pressionar a reitoria contra cortes da Educação.

 

Conforme explicaram os estudantes, o edital está pronto, faltando somente a publicação, ainda assim, a UFGD alega que não há ‘técnicos’ para publicá-lo. Ainda de acordo com eles, o ‘congelamento’ do processo é um sinal de que a Universidade pode paralisar o curso, alegando cortes em recursos federais.

 

“Até então nosso vestibular já estava com tudo certo pra ser lançado, mas a resposa que a reitoria deu é que não tinha técnicos sufiencientes para poder suprir a nossa demnada, perguntamos a data de publicação desse vestibular e disseram que não tinha data e nem previsão de data. Nossa reivinção é que saia até esse ano, o ano passado a gente já teve esse problema”, explicou Natalia Pereira Andrade, 20, estudante do curso.

 

Confira o vídeo divulgado pelo movimento:

 

 

 

 

 

 

A ocupação foi definida na noite de quinta-feira (20) em assembleia dos acadêmicos representados pelo centro acadêmico do curso, movimento estudantil e professores ligados ao Aduf (Sindicato dos Professores da UFGD).

 

Natalia também explicou que o curso formou, até agora, três turmas, e por ser mais novo que os outros pode ser paralisado. “Se não tiver posição não tem como ter continuidade, e talvez não vamos conseguir nem nos formar”, explica.

 

Cortes na Educação

 

A ocupação, no entanto, tem a intenção de levar o assunto além da reivindicação do vestibular. Além da precarização do curso, que sofre com falta de bolsas de pesquisa, estrutura de deslocamento e assistência estudantil, os ajustes fiscais que iniciaram no governo de Dilmar Rousseff (PT) e continuaram com o governo de Michel Temer (PMDB) também é motivo de mobilização para os estudantes.

 

O governo federal pretende aprovar um projeto de ajuste fiscal – que já teve a primeira votação aprovada com folga na Câmara dos deputados – a PEC (Proposta de Emenda a Constituição) 241 – que pretende congelar gastos em áreas como a saúde e educação por 20 anos. De acordo com o texto do projeto, os orçamentos para essas áreas seriam aprovados nos valores relativos ao ano anterior, apenas corrigindo a inflação.

 

Na prática, ela acaba com a obrigatoriedade, prevista na Constituição de 1988 , de que a União aplique 18% de sua receita líquida de impostos (o total de impostos arrecadados já descontadas as transferências que a União faz para Estados e municípios) na educação. A desvinculação dessa obrigatoriedade passa a valer, caso a PEC seja aprovada, no Orçamento de 2018. Mesmo que a economia melhore nos próximos anos, por exemplo, o governo federal passará a não ter obrigação de vincular a porcentagem para a educação e a saúde e as áreas devem sofrer falta de verbas.

 

 

Estudantes marcham em direção à reitoria (divulgação)

 

 

 

É o explica a estudante do 3º semestre do curso, natural do assentamento I, na região de Sidrolândia, Elaine Bezerra da Silva, 18. Elaine afirma que, mesmo que o edital seja publicado, a ocupação deve continuar.

 

“A grande maioria é do campo, cerca de 98%”, conta, explicando que os alunos do interior necessitam de melhoras na assistência estudantil. “A gente também tem a aula no campo e os professores se deslocam da cidade até os nossos assentamentos e vão até lá, o ultimo Tempo Comunidade a reitoria alegava que não tinha recurso”, afirma. O Leduc é dividido em duas formações: o Tempo Universidade, com aulas na UFGD, e o Tempo Comunidade, com aulas no campo.

 

Esse tipo de formação, que aborda as peculiaridades do campo e da educação ligada aos assentamentos, conforme explica Elaine, é ‘raro’ no Brasil inteiro. Além da UFGD – que ainda possui o curso de Licenciatura Intercultura Indígena – no estado apenas a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) oferece cursos similares, nas áreas de matemática e letras.

 

“Eu acredito que seja intenção de fechar o curso pelo fato de que é um curso que gasta muito, a gente usa transporte, por exemplo, mas esse gasto mesmo é só 4 vezes oor ano. A nossa proposta é que eles abrissem logo a Casa de Alternância, ia beneficiar o nosso curso, o de licenciatura indígena, os nossos congressos”, declara.

 

Solidariedade

 

 

A ocupação também busca realizar a ‘manutenção’ do espaço em conjunto. “Hoje quem fez o almoço fomos nós mesmos, cada um deu dois reais e contribuiu com a aliemtnação”, conta Elaine. O Aduf também apoia o movimento, e as aulas, nesta sexta, acontecem no pátio da reitoria.

(divulgação)

 

 

“Hoje veio vários professores, porque mesmo que saia o nosso vestibular, a gente está trabalhando pelo coletivo da Universidade. A gente não vai sair daqui, pra continuar cobrando melhorias no curso, realmente se essa PEC for aprovada vai ter muito mais corte”, complementa a estudante.

 

A UFGD, por meio da assessoria de comunicação, afirma que o edital de seleção para o vestibular deve sair na tarde desta sexta. “O Centro de Seleção da UFGD informa que o vestibular para a Licenciatura em Educação do Campo terá o edital de seleção publicado ainda hoje, as inscrições serão abertas segunda-feira à tarde e as provas ocorrerão em 27 de novembro”, declarou.

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