Órgão tenta lançar pesquisa a nível nacional

O TJMS (Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul), por meio da CJI (Coordenadoria da Infância e da Juventude) está buscando uma parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para conseguir traçar um raio X da violência sexual infantil no país. A ideia é desenvolver uma pesquisa, a nível nacional, com pessoas que sofreram abuso na infância e ou adolescência.

A iniciativa partiu da juíza da Infância, Juventude e do Idoso, Katy Braun do Prado, integrante da CIJ, e justificou que o objetivo da coordenadoria deve ser propor políticas públicas de prevenção, e para isso, é necessário conhecer a realidade mais de perto, uma vez que nem todos os casos chegam à justiça. Em , a estimativa é de que a cada mês cerca de 40 crianças e adolescentes sofram algum tipo de abuso.

O primeiro encontro foi realizado no dia 15 deste mês, na sede do IBGE em MS, e deu início as tratativas. A equipe de facilitadores da CIJ conversou com o chefe da unidade, Mario Alexandre de Pinna Frazeto, o qual sinalizou que, caso o Instituto encampe a ideia, a pesquisa se dará em nível nacional.

Ainda segundo a magistrada, o intuito é fazer um levantamento de todas as formas de abuso, não apenas o sexual, como também o psicológico, etc., além de traçar um perfil do abusador, de modo que seja possível identificar de onde parte a violência, se de um membro da família, do professor, de pessoas desconhecidas, entre outros.

O único indicador do IBGE que existe hoje sobre esta faixa etária é a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, cujo último levantamento se deu em 2012. A pesquisa engloba diversos temas, mas específico sobre o abuso e a violência não há nenhuma pesquisa ainda realizada.

“Meu professor abusador”

Criada recentemente por três amigas de Porto Alegre, a página da rede social Facebook intitulada “Meu Professor Abusador” tem por objetivo incentivar a denúncia dos assédios cometidos na escola. Em apenas três dias de funcionamento, a página recebeu mais de 600 relatos. São meninas, em sua maioria, que denunciam situações abusivas que viveram em sala de aula.

O tema delicado exige uma pesquisa que possa incentivar o público a falar, o anonimato no questionário, é um item muito favorável, assim como a forma de elaboração das perguntas. Todo este processo ainda precisa ser lapidado, até porque é algo inédito.