Pular para o conteúdo
Cotidiano

Sonho de ser médico: estudantes da Capital dão lição de persistência

“Nessa caminhada, eu evolui como pessoa”, diz aluna
Arquivo -

“Nessa caminhada, eu evolui como pessoa”, diz aluna

Mais de 12 horas de estudo. Esse é o tempo diário que estudantes que querem ser médicos passam debruçados sobre os livros. Em Campo Grande, alguns alunos estão há anos tentando passar no em busca do sonho de cursar Medicina. E lidar com a pressão psicológica não é fácil. Psicóloga e estudantes que já estão no ensino superior dão dicas para os pré-vestibulandos.

Pollyana e Beatrice são exemplos de persistência. Elas estão no terceiro ano de ‘cursinho’ preparatório para o (Exame Nacional do Ensino Médio). “É meu sonho, eu só vou parar quando eu alcançar ele. Eu sinto que eu preciso ser médica. Para mim é um dever de ajudar a humanidade e um compromisso com Deus. Nesse caminhada, eu percebi que até eu já evolui como pessoa. Não posso desistir. Já levei dois anos, vou abandonar agora?”, questiona Pollyana da Silveira Rodriguez, 19 anos.

Sonho de ser médico: estudantes da Capital dão lição de persistênciaBeatrice Chaia, 19, sonha em trabalhar na África e no Nordeste brasileiro como médica sem fronteira. “Muitas pessoas não tiveram as condições que eu tenho. É uma maneira de retribuir, e ampliar de maneira efetiva, mas abrangente o conhecimento e experiência que eu adquiri”, diz. Ela também está no terceiro ano de cursinho e pretende ainda ser professora universitária na área de Neurociência ou Infectologia.

A futura médica passou nos últimos dois anos para Medicina na Uniderp, mas quer entrar em instituições de . “Vou tentar USP, Unesp e Unicamp”, diz Beatrice. Já Pollyana quer entrar na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Segundo a diretora do Colégio Bionatus, Roseli Carmargo, é preciso dedicação total aos estudos. “Estudando para o vestibular, automaticamente o aluno está preparado para o Enem. Nós preparamos o físico e o psicológico. Aqui na escola, damos curso de Matemática e Redação específico na sexta-feira, voltado para o Enem”, afirma.

O (Sistema de Seleção Unificado) é a principal porta de entrada para o Ensino Superior porque o programa do governo federal utiliza a nota do Enem como critério de entrada. Neste ano, foram 12,81 candidatos disputando por cada vaga na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ou seja, das 4.535 vagas ofertadas na universidade, haviam 5.8102 estudantes que passaram de 1ª no Sisu.

A prova do Enem dura 10 horas, 4h30 no primeiro dia e 5h30 no segundo dia. “É uma prova que desgasta muito os alunos, precisa de um trabalho físico e psicológico”, destaca Roseli.

 

Sonho de ser médico: estudantes da Capital dão lição de persistênciaComo lidar com a pressão?

Quem já passou pelo ‘temido’ Enem diz que o mais importante é conciliar os estudos com as demais atividades do dia a dia, e evitar adoecer por qualquer motivo. “Você tem que abdicar de muita coisa, eu mesmo abri mão de várias coisas nesse período mas valeu a pena. Mas mesmo assim, tem que saber a hora de estudar e a hora do lazer. Enem não é só estudar, você tem que ficar tranquila também”, diz a Michelly Santos Correa, estudante de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande ).

Após 7 anos de cursinho, pressão de todos os lados e muita gente se esforçando para desmotivá-la, a boa notícia finalmente veio. Na hora, a estudante estava em aula, num curso de biologia e recebeu as boas novas pelo celular. “Fiquei louca, chorando. Conferi mil vezes letra por letra pra ver se era mesmo o meu nome. Fiquei em choque, a ficha só caiu quando fui fazer a matrícula”, lembra.

Nagela Maluf, estudante de medicina da UFGD, é do mesmo posicionamento de Michelly. “Tente levar os seus afazeres da forma que te dê prazer de viver, e você se sinta bem com o que faz. As pessoas têm rendimentos diferentes, formas diferentes de assimilar e reagir e a meritocracia não leva isso em conta”, aconselha.

A jovem precisou de apenas um ano de cursinho para conseguir aprovação, mas fez o Enem por quatro anos seguidos, desde o seu primeiro ano do ensino médio, o que a ajudou a conhecer melhor a prova e melhorar o rendimento ano após ano. “Fiz o exame desde cedo não com o intuito de cursar algo precocemente, mas sim para ir conhecendo a forma com que era cobrado os assuntos – muito diferentemente dos vestibulares”.

“Eu me cobro num nível que eu penso que estou fazendo uma coisa errada se não for algo relacionado ao vestibular”, cita Pollyana Rodriguez. Ela procura meditar todos os dias para relaxar e faz corridas nos fins de semana.

Beatrice Chaia dá a dica. “Parar e respirar para oxigenar o cérebro”. Ela ainda tem a igreja e as séries como válvula de escape. “Sábado é dia da igreja, coordeno um grupo de jovens. É uma coisa gratificante, que eu descanso fazendo isso”, ressalta.

Para o estudante de medicina da UFMS, Nelson Carbonni, que ficou 4 anos fazendo cursinho, o segredo é não ficar pensando tanto no tempo. “Eu tentava não pensar em quanto tinha demorado e nem em quanto demoraria pra eu passar, e sim que eu estava guardando conhecimento, e conhecimento nunca é demais, nunca seria desperdiçado”. 

De acordo com a terapeuta Dorvany Alves, o mais importante para manter a foco e a motivação durante anos de cursos pré-vestibulares é ter definido com muita clareza a carreira que deseja para si. “O melhor caminho para manter a motivação é revisitar o objetivo que te faz continuar buscando este caminho. Uma vez alinhado isso internamente, a motivação será renovada”, diz.

Ainda de acordo com a psicóloga, os pais tem que ter em mente que o apoio da família é fundamental para o aluno, seja nos momentos bons ou ruins. “Pais que tentam privar seus filhos de frustração de uma reprovação certamente terão mais dificuldades em apoiá-los na adversidade. Por outro lado, pais que lidam com o insucesso como uma das fontes de desenvolvimento e crescimento, certamente poderão apoiar de forma mais positiva esse aluno reprovado”, adverte.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
acidente

Caminhonete fica com pneus destruídos após invadir o canteiro central da Via Park

Motorista sem CNH é flagrado trafegando na contramão no Centro de Campo Grande

Abel Ferreira critica gramado do Allianz Parque após vitória sobre o Grêmio: ‘Está ruim’

MPMS pode gastar até R$ 3,1 milhões em 750 iPhones 16 com pacotes de dados internacionais

Notícias mais lidas agora

MPMS pode gastar até R$ 3,1 milhões em 750 iPhones 16 com pacotes de dados internacionais

jonir

Autodidata, Jonir fez primeira obra aos 19, mas se considerava ‘artista de nascença’

‘Fruta do momento’: sítio na Capital produz morango há mais de 2 anos em cultivo orgânico

Quer se vacinar contra a gripe? Veja os locais de vacinação deste domingo

Últimas Notícias

Transparência

TCU multa associação de assentamento em MS 20 anos após irregularidades

Valor que a associação terá que desembolsar por conta da falta de documentação ultrapassa os R$ 2 milhões

Política

Senadores de MS estão nos EUA e participam de reunião em Washington para barrar tarifaço de Trump

Primeiro encontro alinhou os principais pontos de discussão que serão levados aos congressistas e empresários americanos

Cotidiano

‘Ideal é não fazer misturinha’: morte por intoxicação acende alerta sobre uso de produtos de limpeza

Ciatox em Mato Grosso do Sul faz alerta sobre os riscos das misturinhas, como a junção de diferentes produtos químicos de limpeza passou a ser chamada

Transparência

Denúncia de vereador leva invertida com decisão do TCE que mandou prefeitura pagar aluguel por balneário municipal

Município de Paranaíba pagava R$ 20 mil por aluguel de 3 hectares; vereador denunciou que local para lazer 'nunca funcionou'