O salário está atrasado desde sexta-feira

Após denúncias de não pagamento dos salários dos funcionários da , trabalhadores organizam protestos e ameaçam paralisação. A empresa, que é terceirizada da Prefeitura de para serviços de limpeza nos postos de saúde, teria pago na sexta-feira (6) somente os servidores que trabalham nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que funcionam 24 horas, enquanto o restante dos funcionários ficou sem pagamento.

O presidente do Steac-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação), Wilson Gomes da Costa, se reuniu com representantes da empresa na tarde dessa terça-feira (10) para discutir a questão. Durante a reunião, a empresa justificou que o valor estava retido judicialmente, mas os funcionários receberão os salários ainda esta semana, entre quinta e sexta-feira.

Uma funcionária, cuja identidade vai ser preservada, não ficou satisfeita com a resposta dada pela empresa. “Nem acreditamos mais neles, ficam só nos enrolando. Falam que é um dia e chega no dia, e falam que é em outro. Nós queremos uma resposta concreta. Da última vez que o dinheiro foi bloqueado, era pra receber no quinto dia útil, mas a gente recebeu só no dia 27”, diz.

De acordo com outra servidora, um grupo já paralisou as atividades desde terça-feira (10) e começa a organizar protestos, mesmo sem apoio do sindicato. “A gente tá reunindo um grupo e vai pra Prefeitura pra fazer barulho. A gente trabalha sem receber, sem luva, sem bota, sem nada. Então, até quando isso? A gente trabalha limpando sangue, tudo, é a nossa segurança que tá em jogo”, afirma.

Wilson, por sua vez, explica que não é possível paralisar um serviço essencial dessa maneira. “Não podemos parar um serviço de saúde. Precisa comunicar o Ministério do Trabalho, fazer uma ata, tem todo um ritual. Eles [os trabalhadores] estão dentro da razão deles, mas não podemos ter a irresponsabilidade de parar um serviço essencial dessa forma”.

A equipe de reportagem procurou os representantes da Mega Serv para esclarecimentos, mas a empresa se recusou a falar sobre o assunto, justificando que o assunto é ‘entre funcionários e empresa'.

Histórico

A Mega Serv foi contratada, via procedimento licitatório, ainda na primeira gestão do ex-prefeito Alcides Bernal e, desde então, denúncias de atrasos de salários são constantes. A empresa também esteve envolvida nas investigações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, junto das empresas Salute e Jagas, que resultaram na cassação do primeiro mandato de Bernal, por uma série de irregularidades.