Funcionários dizem estar sem comida em casa

Os funcionários da empreiteira Ltda permanecem com os salários atrasados. Nesta quinta-feira (27), os trabalhadores voltaram a entrar em contato com o Jornal Midiamax para denunciar a situação. 

O advogado da empreiteira, Fernando Mirault, confirmou o atraso no pagamento e informou que a previsão é de regularização na próxima semana.

Mirault informou ainda que a embora a empresa tenha vencido diversas licitações da Prefeitura e ainda, contrato aditivado, “a empresa tem um problema operacional, pois, com contas e bens bloqueados, fica sem ‘gordura' para fazer o pagamento dos funcionários”, explica. 

“Se olharmos para a Prefeitura, realmente, não há atraso no pagamento [do Executivo para a empreiteira], mas os procedimentos tramitam com certa lentidão. Não está devendo [a Prefeitura], mas está mais demorado”, completa o advogado. 

“Parece que está todo mundo do lado da empresa e do Prefeito, nessa situação, e ninguém fala nada. Não estamos aguentando mais. Tenho duas crianças em casa e já estamos a ponto de passar fome”, diz um trabalhador que prefere não se identificar. O salário do mês de setembro está atrasado há 15 dias.

Reincidente

Os funcionários da Selco estão realizando paralisações praticamente mensais por conta da dificuldade em receber o ordenado. Em junho, após uma das paralisações, alguns dos grevistas foram coincidentemente demitidos com a justificativa de crise pela empresa. No mês seguinte, diante de novo atraso, os funcionários tiveram problemas novamente para receber os salário. Em setembro, não foi diferente a situação dos funcionários.

O contrato da Prefeitura com a Selco foi assinado em 5 de março de 2012, ainda na gestão de Nelsinho Trad (à época no PMDB, hoje no PTB), pelo então secretário de obras, João Antonio de Marco e Uilson Simioli.Selco admite atraso em salário e culpa bloqueio de bens por dificuldades financeiras

A Selco Engenharia Ltda é a empresa que teve funcionários flagrados tapando ‘buracos fantasmas' durante as operações de tapa-buraco em , no ano passado. A empresa possui diversos contratos com o município.

De acordo com o processo, que culminou no bloqueio do bens, os atos de irregularidades aconteciam na contratação de pequeno grupo de empresas, originando danos que custaram ao erário mais de R$ 372 milhões até janeiro de 2015. Ao todo, foi calculado um prejuízo de R$ 22 milhões nos serviços e superfaturamento de 88% do valor cobrado pelas empresas