Secretários municipais alegam falta de dinheiro para atender reivindicações

O barulhento protesto realizado na manhã de sexta-feira (24) pelos educadores de , a 225 quilômetros de Campo Grande, chegou aos ouvidos do prefeito Murilo Zauith (PSB). O gestor mandou secretários municipais receberem representantes da categoria e exigiu a suspensão da greve deflagrada na quinta-feira para que sejam abertas negociações. Professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino vão decidir se aceitam ou não em assembleia agendada para segunda-feira (27).

Na manhã de ontem, enquanto o prefeito apresentava à imprensa local e nacional o roteiro da tocha olímpia na cidade, servidores ligados ao Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) tomaram conta do Centro Administrativo Municipal – na área de acesso ao gabinete – com faixas, cartazes e batuques, além de caixas de som ligadas ao microfone em que os trabalhadores faziam intenso revezamento de críticas ao gestor público.

“Dourados tem tocha, mas não tem prefeito”, ironizava Juliano Meneghetti Mazzini, vice-presidente do Simted. O líder sindical critica a falta de compromisso de Zauith, que ainda não atendeu as reivindicações que incluem pagamento de piso salarial dos professores para uma jornada de 20 horas e o reajuste para o grupo administrativo.

Acordos firmados em 2014, sobre a incorporação do Adicional de Incentivo ao Magistério Municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril; o pagamento do percentual da diferença do Piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei desde então; e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015, mesmo havendo a previsão constitucional”, até hoje não foram efetivados, segundo os educadores.

Os educadores criticam também a falta de diálogo do prefeito, que não teria respondido requerimentos do Simted antes da greve ser deflagrada. E mesmo na reunião de ontem, Zauith não esteve presente. Secretários municipais, dentre eles o de Governo, José Jorge Filho, o Zito, pediram aos representantes dos educadores que suspendam o movimento grevista. É uma exigência para que a prefeitura discuta com os trabalhadores números de receitas e despesas relacionadas à educação municipal, meio de comprovar insuficiência financeira para atender às reivindicações. 

A greve afeta ao menos 28 mil estudantes de 40 escolas e 35 centros de educação infantil. Ontem, segundo os educadores, ao menos 18 unidades educacionais ficaram sem aulas por causa da paralisação. Em outras, não houve adesão total ao movimento e as atividades foram mantidas total ou parcialmente.