“Educação sem Doutrinação”
A palestra “Educação sem Doutrinação” na sede da OAB-MS foi marcada por vaias, discussões e ânimos exaltados na noite desta segunda-feira (4) em Campo Grande. Mais de 80 manifestantes que participaram de protestos na Capital neste domingo (3) disseram que tiveram que esperar por mais de 45 minutos após o início da palestra para entrarem no auditório.
A palestra foi promovida pela Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócios e Instituto Conservador. O procurador do Estado de São Paulo, Miguel Nagib, idealizador do Projeto Escola Sem Partido foi o palestrante.
Durante o evento, os manifestantes interromperam o palestrante com vaias e contestações. Em um dado momento, Miguel Nagib chegou a dizer que quem não concordasse poderia se retirar. A segurança foi reforçada em torno dos vereadores Paulo Siufi (PMDB), Herculano Borges (SD) e Eduardo Cury (SD). Com as discordâncias, alguns participantes se retiraram do evento que terminou praticamente de forma abrupta.
“Escola sem Partido”
O “Escola sem Partido” é um movimento criado em 2004 por estudantes e pais, que, segundo os idealizadores, tem o objetivo de combater a prática da doutrinação política e ideológica nas escolas e o que chamam de usurpação (pelo governo, pelas escolas e pelos professores) do direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral das crianças.
O vereador Paulo Siufi (PMDB) é o autor o projeto de Lei nº 8.262/16 aprovado na última quinta-feira (31) na Câmara dos Vereadores da Capital, que impede que os professores da educação básica municipal lecionem sobre orientação sexual e cria prerrogativas sobre ensino de questões ideológicas e políticas.
O projeto também determina a obrigatoriedade da fixação nas salas de aula de um cartaz contendo todas as orientações do que o professor da Rede Municipal de Ensino (Reme) pode ou não discutir com os alunos. A lei recebeu apenas dois votos contrários, dos vereadores Eduardo Romero (Rede) e Luiza Ribeiro (PPS).
