Denúncia de estudante expõe situação enfrentada todos os dias

Todos os dias aproximadamente 280 mil pessoas, são obrigadas a enfrentar as dificuldades impostas aos usuários do transporte público de . Tudo começa com os longos minutos de espera que ocorrem ou em pontos de ônibus, que muitas vezes não têm abrigo e são expostos à chuva ou sol, dependendo do tempo, ou nos terminais que não oferecem condições de higiene e segurança. Para as mulheres, a situação é ainda mais complexa, como expôs a denúncia de uma estudante atacada nessa terça-feira (23) em um terminal.

Na manhã desta quarta-feira (24), depois de ser proibida de pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) de fazer matéria nos terminais de transbordo, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax, embarcou na experiência vivida diariamente pelos usuários do .

Para não perder nenhum detalhe, a equipe aguardou um ônibus com destino ao terminal General Osório, localizado na Avenida Coronel Antonino, na região norte da Capital. Foram 10 minutos de espera, mas em conversa com outros passageiros foi informada de que a demora já passava de 35 minutos.

Segundo os relatos, no horário de pico, quando o ônibus chega é a hora de dar início a outra batalha, o empurra empurra característico da luta para garantir o assento. Quem não consegue acaba seguindo o trajeto de pé. Com o ônibus lotado e passageiros espremidos outro problema vem à tona, os assédios. As mulheres são as que mais sofrem.

A operadora de caixa Ana Paula Freitas dos Santos, de 22 anos, afirma ter sido assediada dentro de um ônibus da linha 070. “Eu estava segurando e o moço veio atrás de mim e ficou se encostando e quanto mais eu me afastava dele, indo para frente, mais ele vinha para cima de mim. Teve que outro moço vir interferir. Perguntou se o cara estava me incomodando, eu disse que sim. Daí conversou com ele, meio que brigou com ele lá dentro do ônibus e ele parou”, relata.

Continuando a via-crúcis que quem depende do transporte coletivo, já no terminal o odor do banheiro é sentido de longe. Além da falta de limpeza, também não há papel higiênico, iluminação ou sequer torneira para lavar as mãos. “O serviço do transporte público é uma vergonha para Campo Grande e Mato Grosso do Sul”, afirma a monitora, Cleide Ramires.

Além das péssimas condições oferecidas ao usuário que paga R$ 3,25 pela passagem, a falta de segurança também é uma grande preocupação. Apesar da Prefeitura garantir que existe a presença de guardas civis municipais,  não havia nenhum em serviço nesta manhã no Terminal General Osório.

Ontem a estudante Ingrid Matzembacher, de 21 anos, publicou um vídeo no qual relata ter sido agredida verbalmente no enquanto aguardava o ônibus de volta para casa. Ela reclama da falta de segurança do local, onde deve ter dois guardas civis municipais.

Conforme a assessoria de comunicação da Prefeitura, 13 guardas civis municipais são responsáveis pela segurança nos terminais Aero Rancho, General Osório, Guaicurus, Júlio de Castilho, Morenão e Nova Bahia.

Manutenção dos Terminais – 

Atualmente não há nenhuma empresa contratada para fazer o serviço de limpeza e manutenção dos terminais de transbordo e o trabalho é de responsabilidade da Prefeitura. Em janeiro de 2015 a Ouvidoria do Município iniciou uma ação a fim de identificar e solucionar os problemas.

Na ocasião as reclamações foram enviadas por meio de relatório para a Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) e Guarda Municipal, no entanto, os problemas permanecem mais de um ano depois.