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Cotidiano

Na véspera de Finados, famílias mantêm tradição de cuidados com túmulos

100 mil pessoas devem passar por cemitérios públicos
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100 mil pessoas devem passar por cemitérios públicos

Na véspera do , a tradição de visitar e cuidar dos túmulos é mantida por várias famílias. Nas sepulturas do Santo Amaro, o maior cemitério da Capital, a terça-feira (1°), foi dia de lembranças e orações por aqueles que já não estão mais entre nós. Há os que estão ali para vistar os pais e os familiares que se foram, já idosos, mas, também há aqueles, que a vida inverteu a chamada ordem natural e vão visitar os filhos que partiram antes do tempo. 

A vida e a morte chegaram ao mesmo tempo para a comerciante Eliane Leme, 41 anos. No mesmo dia, há 11 anos, ela deixou a mãe no hospital e seguiu para a maternidade. Após o parto, o médico disse a comerciante que tinha uma notícia boa e uma ruim para dar. “Achei que tinha acontecido alguma coisa com a minha filha. Ele disse que ela estava bem e saudável. Mas, a minha mãe, tinha morrido”, conta.

Eliane diz que passou dois anos com depressão e perdeu a vontade de viver após a morte da mãe. “Eu chegava a ir no cemitério três vezes por dia e sonhava muito com ela. Um dia, em um sonho, a minha mãe me disse que era para eu parar de chorar e da minha filha. Depois disso, comecei a me sentir melhor”, conta. 

“É como se estivesse indo visitar a casa dela. Venho, converso e cuido do túmulo. Saio daqui sentindo  um grande alívio. É um conforto para mim. A dor não acaba, mas vindo aqui, me sinto mais perto dela”, completa a comerciante. 

Os irmãos Agenor e Elvandir Leonel Caves, de 72 e 74 anos, foram visitar o túmulo do pai, que morreu em 1987.

“É muito importante. É um dever dos filhos. Todos os anos eu e meu irmão estamos aqui para limpar. É uma forma de demonstrar a nosso amor”, diz Agenor. “Eu acredito que é um dever que temos. Não é porque nosso pai morreu, que vamos largar o túmulo de qualquer jeito”, comenta Elvandir. 

Os filhos contaram que o pai teve Parkinson e que morou com Elvandir por muitos anos. “Cuidei do meu pai por quase 30 anos, só saiu da minha casa quando morreu. Vir ao cemitério é uma forma de mostrar amor e respeito”, diz o filho. 

O casal Maria Viana, 72 anos, e Andrelino Pires, 81 anos, foram visitar o túmulo do filho, que morreu em 1981. Eles contam que o filho morreu afogado durante uma excursão feita pela escola, no Rio Formoso. Além do filho, os dois também perderam uma filha 1967, em , por conta de problemas de saúde.

“Estamos aqui para visitar pelo menos três vezes ao ano. É a minha maior satisfação. Sinto uma paz enorme. Aqui é um lugar mais tranquilo, onde faço as minhas orações”, diz Maria. O marido também afirma que se sente bem ao visitar a sepultura do filho. 

 Pais visitam túmulo do filho (Cleber Gellio)“Me sinto muito bem em vir aqui. Para mim é um prazer. Tem gente que nunca vem visitar os entes queridos. Para mim, é importante vir e demonstrar o valor que nunca passa. Não é porque morreu que deixou de ter valor. Sempre que visito, saio alegre. É como visitar a casa de um parente. Não saímos de lá feliz? É assim que me sentimos”, diz Andrelino. 

Os cemitérios públicos de devem receber, pelo menos, 100 mil visitantes, durante o dia de finados, – 2 de novembro – segundo a Prefeitura da Capital. 

No Cemitério Santo Amaro estão sepultadas 40 mil pessoas. No Santo Antônio existem 13.750 sepultados e no São Sebastião (Cruzeiro), 26.500 túmulos. Para facilitar o acesso, a Prefeitura vai disponibilizar funcionários no feriado para auxiliar a população.

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