Intervenção aconteceu após ameaça de suspensão 

Após ter ido parar na Justiça a briga entre a concessionária do Aeroporto Regional de , a 205 quilômetros de Campo Grande, e o Governo do Estado, sobre de quem seria a responsabilidade pela manutenção da pista de decolagem no local, a (Secretaria de Estado de Infraestrutura) decidiu intervir e afastar a empresa Dix Empreendimentos da gestão do aeroporto, em um decreto publicado nesta terça-feira (13) no Diário Oficial do Estado.

O , por onde, segundo a direção do aeroporto, desembarcam mensalmente uma média de 2,5 mil turistas, será administrado durante 60 dias pelo Coordenador de Transportes Aéreos da Seinfra, Fabrício Alves Correa. Nesse período, a Dix Empreendimentos deverá apresentar um plano de correição da pista de decolagem.

A empresa alega que desde quando recebeu a concessão do aeroporto, em 2005, a pista de decolagem já tinha rachaduras e problemas, portanto não seria a responsável pelos reparos, avaliados em mais de R$ 3 milhões. As irregularidades já tinham sido discutidas em uma reunião com representantes do governo, em 2007.

Entretanto, o Governo do Estado diz que o contrato da concessão prevê que a responsabilidade pela manutenção das pistas é da concessionária. “Não estamos empurrando responsabilidade para ninguém. Está havendo um desrespeito de uma cláusula contratual por parte da Dix. Caso a empresa feche o aeroporto, o Governo irá assumir o mesmo”, informou a assessoria da Seinfra.

Ameaça de Suspensão

A intervenção da Seinfra ocorre depois da direção do aeroporto ter informado que caso os problemas na pista não fossem solucionados, as irregularidades seriam encaminhadas à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que poderia suspender as atividades do local.

Segundo o decreto do Governo do Estado, essa não seria a primeira vez que a concessionária estaria tentando se esquivar das obrigações contratuais. Em setembro de 2015, a Seinfra já tinha solicitado os reparos imediatos da pista de pouso, já que o local estava sendo fiscalizado pela Anac na época.

A ameaça de suspensão deixou em alerta empresários do ramo do turismo de Bonito. O empresário Guilherme Poli, dono de uma rede hoteleira da cidade, avalia como “drástica” a possibilidade de fechamento do aeroporto regional. De acordo com ele, atualmente o município recebe pelo aeroporto, turistas de diversas partes do mundo e, caso o serviço aéreo deixe de funcionar, a queda na economia será uma “tragédia anunciada”. “Sem o aeroporto prevejo uma queda de pelo menos 40% no setor onde trabalho”, relata.

(Sob supervisão de Ludyney Moura)