Catadores fecham BR-262 em protesto por falta de trabalho

Manifestantes reclamam de abandono  

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Manifestantes reclamam de abandono  

Catadores que residiam na favela Cidade de Deus, desativada em março deste ano, depois que os moradores foram removidos do local, fecharam a BR-262, no trecho próximo da entrada da UTR (Usina de Triagem de Resíduos), e do lixão, na região sul de Campo Grande.

Cerca de 50 pessoas chegaram ao local por volta das 8 horas e trancaram a rodovia. Segundo João Alves, uma das lideranças do protesto, afirma que os manifestantes reclamam da situação na qual estão desde a remoção da Cidade de Deus.

“Eles tiraram a gente daqui e levaram para outras áreas, mas nos abandonaram sem trabalho e sem condições de viver, de arcar com as nossas contas. A Prefeitura diz que gastou R$ 8 milhões com a UTR, sabemos que foram no máximo R$ 3 milhões. A UTR está cheia de material e estamos sem trabalhar. A Solurb não consegue fazer o gerenciamento do lixo e não nos autorizam à trabalhar”, lamenta.

Além da falta de trabalho, os moradores reclamam sobre a conta de energia elétrica que segundo eles, teve aumento exorbitante. “Eu pagava entre R$ 300,00 e R$ 400,00 e minha última conta foi de R$ 1.410,00. Não temos condições de vivermos assim. Estamos abandonados”, frisa.Catadores fecham BR-262 em protesto por falta de trabalho

Caminhoneiros impedidos de passar criticaram a manifestação. “Não tenho nada a ver com isso. Deveriam manifestar na Prefeitura e não atrapalhar o trabalhador. Estão prejudicando nosso trabalho”, afirma o caminhoneiro José Itamar, de 60 anos.

“Estou com o caminhão cheio de matéria-prima para descarregar na fábrica e eles estão me atrapalhando”, reclama o motorista Manoel Everaldo, de 64 anos.

Policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e homens da Guarda Civil Municipal estão no local e afirmam que até o momento a manifestação segue de forma pacífica e não há previsão para que a rodovia seja liberada.

Representantes da Defensoria Pública e o vereador Eduardo Romero (Rede) também, estão no local e entram no lixão com uma comissão de sete catadores para verificar a situação do destino do lixo.

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