Categoria diz que apoio de vereadores é legítimo

O ACP (Sindicato Campo-Grandense  dos Profissionais da Educação Pública) nega que haja a intenção da categoria de acampar na Câmara Municipal nos próximos dias. Também diz ser legítima a busca de apoio dos professores junto aos vereadores.

Nota distribuída pela assessoria de imprensa do ACP é, em resumo, resposta a manifestação pública feita horas antes pela Prefeitura, classificando de ‘movimento político’ a idéia de acampar no Legislativo. A agenda grevista, no entanto, “não prevê acampamento na Câmara de Vereadores durante a noite desta quarta-feira (27)”.

O sindicato confirma a intenção de ida dos professores até a Câmara. Diz ser legítimo contar com apoio dos parlamentares na campanha salarial frente a Prefeitura.

Por fim, o ACP reafirma que os dias paralisados serão repostos. Leia, abaixo, a íntegra da nota do sindicato:

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A GREVE DA REME

A diretoria da ACP – Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública informa que agenda de greve, definida pelos trabalhadores em assembleia geral na terça-feira (26), não prevê acampamento na Câmara de Vereadores durante a noite desta quarta-feira (27). A agenda de greve para os próximos dias, até sábado (30), prevê ida à Câmara de Vereadores e passeatas.

Assim como em todas as ações da categoria até o momento, o único objetivo da greve dos professores continua sendo o cumprimento da lei municipal 5.411/14 e lei federal 11.738/08 (Piso Salarial do Magistério).

A proposta rejeitada pela categoria no dia 26 de maio não apresentava índice de reajuste e não tocava no cumprimento da lei do piso e, por esse motivo, os professores decidiram manter o movimento paredista.

A categoria entende que cobrar o compromisso dos representantes do Poder Legislativo é mais uma forma legítima de lutar pelo cumprimento de uma lei elaborada pela prefeitura e aprovada por unanimidade pelos vereadores de Campo Grande. O artigo 23 da Lei Orgânica do Município diz que os vereadores são responsáveis por zelar pelo cumprimento de leis.

Se a prefeitura se nega a cumprir uma lei que valoriza os professores, cabe aos trabalhadores buscar o apoio de todos os agentes sociais e políticos no sentido de fazer valer a legislação.

Desde o dia 10 de março o sindicato buscou todas as formas de diálogo com a prefeitura, visando o cumprimento da lei do piso, sem obter êxito. Foram as atitudes da prefeitura que levaram os professores a paralisar suas atividades. A greve é um direito de todos os trabalhadores brasileiros previsto no artigo 9º da Constituição Federal e na lei federal 7.783/89.

O piso salarial para uma jornada de 20h de trabalho é uma conquista dos professores de Campo Grande, resultante de muita luta desde a aprovação da lei federal 11.738, em 2008. Não é possível que os trabalhadores sejam apenas obrigados a cumprir leis e ver seus direitos serem aviltados. 

Os professores reafirmam aos pais e à sociedade que os dias paralisados serão repostos, respeitando o direito dos alunos e cumprindo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).