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Cotidiano

RETROSPECTIVA: greve e lixo tiraram campo-grandenses do sério

Crise entre Prefeitura e a empresa deve continuar 
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Crise entre Prefeitura e a empresa deve continuar 

Por dia, são coletados 2.250 toneladas de lixo em Mato Grosso do Sul, o que dá uma média de 1,4 quilos de lixo por pessoa. A passa dia sim, dia não, somando 2.080 quilos de lixo/pessoa a cada dois dias. Em uma casa com quatro pessoas, são 8,320 quilos de resíduos a cada dois dias. 

A maioria das pessoas nunca havia parado para pensar na quantidade de lixo que produz, até ficar com vários sacos na porta de casa durante a greve dos funcionários da Solurb – concessionária responsável pela gestão da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. A primeira greve durou dez dias, de 8 a 18 de setembro, gerando aproximadamente 21 quilos de lixo por pessoa, que ficaram esperando a coleta. 

A greve ocorreu por conta do atraso no pagamento dos salários dos funcionários. A Solurb disse que a Prefeitura estava em atraso e que tinha mais condições de manter o ordenado dos trabalhadores em dia. A empresa informou que a Prefeitura de tem três faturas em aberto, totalizando R$ 23,7 milhões , além de reajustamentos atrasados há mais de 14 meses. 

Antes da greve do lixo, as coisas já davam sinal de a relação Solurb-Prefeitura estar se deteriorando. O contrato com a empresa inclui a coleta de lixo e outros 13 serviços (incluindo varrição, roçagem, capina) e no dia no dia 3 de setembro, os funcionários já haviam paralisado as atividades, por conta do não pagamento do vale-alimentação, que geralmente era pago no dia 1° do mês. 

Durante a greve, a população reclamou e muito de ficar refém da situação envolvendo a Solurb e a Prefeitura. Um jogando a culpa no outro e também em quem já passou: o vice-prefeito afastado Gilmar Olarte, foi apontado como quem deixou o calote na Solurb, e o ex-prefeito Nelson Trad Filho, que no fim da gestão, em 2012, fez a concessão “suspeita” dos serviços à Solurb. 

Os campo-grandenses tiveram que ser criativos e levar o lixo por conta própria ao aterro do Dom Antônio Barbosa ou manter os sacos dentro de casa e, aguardar e sofrer com a sujeira da cidade. Quem deixou o lixo na rua, acreditando que a greve logo acabaria, viu os sacos serem rasgados e os lixo esparramado pela via. Durante a greve, foi conseguida liminar para que a coleta fosse feita nos hospitais.

No dia 18 de setembro, no Tribunal Regional do Trabalho foi marcada uma conciliação entre o sindicato que representa os trabalhadores, que estavam sem receber salário, e os representantes da Solurb. Nesse meio tempo, houve ações na Justiça e a Prefeitura repassou o dinheiro para o pagamento e parecia que tudo ficaria certo. Até o juiz acreditou que a situação estaria resolvida, quando os donos da Solurb vieram com a novidade: a empresa não tinha dinheiro para insumos como o diesel e a coleta corria o risco de paralisação. 

RETROSPECTIVA: greve e lixo tiraram campo-grandenses do sérioTeve gente que acreditou e teve gente que disse que a falta de insumos seria para prejudicar o prefeito Alcides Bernal. A coleta voltou, mas um mês depois, a confusão se estabeleceu novamente. O sindicato da categoria entrou com uma ação na Vara do Trabalho, pedindo o pagamento imediato dos tíquetes e dos salários que estavam novamente atrasados. Devido ao não recebimento dos benefícios, a categoria decidiu paralisar os serviços, ainda na noite de ontem. No dia 13 do mesmo mês, a Justiça mandou que os trabalhadores voltassem ao trabalho. 

Em outubro, houve nova paralisação dos funcionários, dessa vez, de dois dias. Depois, a Solurb chegou a ficar sem energia e sem condições de coleta. Os funcionários iam para o trabalho, mas não saiam da base da empresa. 

A greve acabou e pelo menos ninguém mais ficou com o lixo acumulado na frente casa, mas a novela Prefeitura-Solurb continua. Como o contrato foi firmado na gestão Nelsinho Trad, uma recomendação do MPE pediu anulação do contrato no prazo de 180 dias. Um ano e sete meses depois, ainda sem rescisão de contrato, o promotor da 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, Alexandre Capibaribe Saldanha, instaurou inquérito civil público para apurar eventuais irregularidades nos pagamentos feitos à companhia.

A Polícia Federal chegou a concluir que a Solurb não tinha sequer capital mínimo para disputar a licitação da coleta de lixo em Campo Grande. Depois que voltou à Prefeitura e encontrou a crise do lixo, o prefeito Alcides Bernal manifestou em diversas oportunidades a possibilidade de reincidir o contrato e a assumir a coleta de lixo. O ano acaba, mas o problema envolvendo a coleta de lixo, fica para 2016.

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