José Eduardo Cardozo propôs um pacto de paz

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu na quarta-feira (4), com representantes indígenas e produtores rurais do Estado para propor um consenso e resolver a disputa por terras entre índios e fazendeiros. De acordo com o Ministério da Justiça, a AGU (Advocacia-Geral da União) deve avaliar os processos judiciais e a titulação da áreas para tentar encontrar uma solução imediata que evite a judicialização.

O consenso se refere a cinco áreas: Cachoeirinha, em Miranda, onde vivem os indígenas da etnia Terena; Arroio Korá, em Paranhos, e Ñanderu Marangatu, em Antônio João, áreas com a presença da etnia Guarani-Kaiowá; Potrero Guaçu, também em Paranhos, área dos Guarani Ñandeva; e Guyraroka, em Caarapó.

O ministro propôs um pacto de paz na região para que não seja mais necessária a presença do Exército. Consta na nota do Ministério da Justiça, que indígenas e produtores rurais concordaram com a proposta. 

Antônio João

Em Antônio João, o conflito entre índios e fazendeiros se intensificou no fim de agosto e chegou o ápice com a morte do Semião Vilhalva, de 24 anos. Até o momento, a Polícia Federal não esclareceu quem disparou o tiro que matou o rapaz. Após o ocorrido, o Exército foi deslocado à região. 

Após o assassinato, o ministro da Justiça José Cardozo esteve em Campo Grande em reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), produtores rurais e líderes indígenas. Foi estabelecido que cinco áreas serão escolhidas para iniciar o processo de diálogo para dar fim ao impasse que se estende por décadas. Para isso, assim como foi na terra indígena Buriti, será montada uma comissão para julgar essa demarcação com o governo federal, o assessor do ministro da Justiça, Flávio Chiarelli, e o presidente da Funai, João Pedro e representantes estaduais.