Gasto com gasolina para moto é de R$ 50 ao mês, de ônibus R$ 156

Com o último aumento autorizado pelo prefeito Alcides Bernal para a tarifa do  em , que chegou a R$ 3,25, ficou mais caro ir para o serviço nos ônibus lotados do que usar motocicletas de pouca cilindrada, como a Honda Biz.

No último dia 19, o prefeito atendeu aos empresários e a tarifa subiu aumentando em R$ 3,00 o gasto semanal para aqueles que usam ônibus de segunda a sábado duas vezes por dia. Quem anda de Biz, no entanto, gasta em média R$ 10 por semana para o mesmo trajeto médio. Ou seja, bem menos do que quem anda nos coletivos.

Quem vai e volta do serviço está gastando R$ 6,50 por dia de ônibus. Na semana, o gasto chega a R$ 39 e no mês, R$ 156.

A estudante Débora Cruz, 22 anos, paga a tarifa para ir e voltar do estágio. Para ela, o gasto é muito alto e não compensa. “Está muito caro andar de ônibus na cidade, principalmente depois do aumento da tarifa. Está compensando juntar o dinheiro para comprar uma moto do que andar de ônibus. E moto é ainda mais rápida, e cômoda”, afirma.

Débora reclama que não é fácil andar de ônibus. “Está sempre lotado, não tem banco para sentar, ficamos no calor. É complicado. Mas, infelizmente eu não tenho como, então, não tem escapatória”, ressalta.

Paulo Correia, de 24 anos, também paga o transporte coletivo todo dia para ir a faculdade. “Eu gasto R$ 6,50 todo dia e ainda por cima com um transporte ruim porque aumentaram o preço, mas não melhoraram o serviço”, disse.

O preço da gasolina não está nada fácil para quem depende de moto e carro. No entanto, quem anda de moto, ainda sim, está gastando menos do que quem anda de ônibus, é o que dizem aqueles que andam de Biz na cidade.

O assistente administrativo Rafael de Souza Aredes, de 32 anos, vai para o serviço todo dia de Biz, e segundo, ele o gasto na semana é de R$ 10,00. “Eu gasto muito menos que de ônibus, além da rapidez, de ônibus é no mínimo uma hora para chegar no serviço, enquanto de moto é bem mais rápido”, afirma.

Mesma opinião tem Igor Roberto, de 29 anos, que é assistente financeiro e sempre preferiu usar moto para economizar. “O gasto com a moto sai bem mais barato que andar de ônibus. Eu sempre andei de moto, e há pouco tempo adquiri uma Biz para gastar ainda menos. A agilidade também conta, é bem mais rápido”, destaca Igor. Ele gasta de R$ 40 a R$ 50 no mês.

A constatação apavorou quem anda de ônibus. “Isso é um absurdo. Hoje em dia sai mais barato andar com meio próprio do que transporte público”, reclama Paulo.

Com a situação, Campo Grande segue na contramão das políticas públicas de mobilidade urbana do mundo todo, que tentam, justamente, tirar os passageiros dos veículos individuais, como a motocicleta, para usarem o transporte coletivo. Os efeitos imediatos são sentidos na qualidade do trânsito, do ar, e no número de vítimas de traumas causados por acidentes. 

“O perigo em andar de moto é se acidentar. É muito fácil. A gente tem agilidade, por ser um veículo rápido, e por isso pode ocorrem mais acidentes”, lembra Débora. 

O número de acidentes envolvendo vítimas é grande em Campo Grande. Último levantamento do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que em agosto aconteceram 851 acidentes, sendo 44% envolvendo motos. Foram 431 acidentes com vítimas apenas em agosto.