Grupo diz que faixas são para mostrar apoio
Grupo comunitário assumiu a autoria das faixas em favor do ex-vereador Robson Martins, preso em flagrante ao tentar extorquir R$ 15 mil do também ex-vereador Alceu Bueno (sem partido), envolvido em um escândalo sexual com a participação de adolescentes.
A reportagem do Jornal Midiamax flagrou faixas na Avenida Ernesto Geisel, próximo do Hospital Regional Maria Aparecida Pedrossian e outra na Avenida Thirson de Almeida, ambas no Conjunto Aero Rancho, na região sul da Capital.
As mensagens das faixas sugerem que a prisão de Robson, no último dia 16, foi injusta. “Mais uma injustiça, mas graças a Deus vou superá-las. Conto com as suas orações. Deus é a felicidade absoluta”, diz a faixa, com o nome Robson Martins embaixo.
Apesar de tudo indicar que as faixas foram feitas a mando de Robson, o grupo comunitário do Aero Rancho Felicidade Absoluta garantiu que eles que mandaram fazer as faixas e que o ex-vereador não tem conhecimento delas.
“Nós que colocamos a faixa como forma de protesto contra esta prisão absurda”, declarou Cátia Adriana Amaral Pereira, de 45 anos, membro do grupo. Segundo Cátia, Robson faz parte do grupo e a indignação no Aero Rancho é geral.
“Já passamos por isso antes. As faixas são para apoia-lo, mas não foi ele. Não temos contato com ele desde o dia da prisão”, ressalta.
A prisão
Conforme as investigações, Robson Martins teria criado a personagem de uma cafetina fictícia com o nome de Eliane para atender políticos e empresários com garotas de programa. Alguns dos encontros teriam sido filmados e os vídeos estariam servindo para extorquir os ‘clientes’.
Ele foi preso suspeito de extorsão, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou vulnerável e por corromper ou facilitar a corrupção de menores. As penas variam entre um e dez anos de prisão. Além do ex-vereador, o empresário Luciano Pageu, também foi preso suspeito dos mesmos crimes.
Em 2003 ele e o ex-vereador César Disney foram detidos por suspeita de estupro, atentado violento ao pudor e exploração de menores. Na época o juiz da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, Luiz Carlos de Souza Ataíde, acatou pedido feito pela promotora da Infância e da Adolescência, Vera Bogalho.
A dupla foi denunciada por suposto envolvimento com duas adolescentes. A Câmara chegou a abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os dois, mas eles renunciaram antes de serem cassados.