Vara de Execuções penais destinou R$ 346 mil para construção do hospital

Como parte de uma iniciativa pioneira no país, de destinar recursos de penas pecuniárias arrecadadas pela justiça em obras de benefício da população, governo do Estado e TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) inauguraram nesta sexta-feira (22) a instalações do Hospital Dia, ligado ao Hospital Psiquiátrico Nosso Lar, na Capital.

A iniciativa é da Cepa (Central de Execução de Penas Alternativas), vinculada à 2ª Vara de Execução Penal da Capital. “Transformamos o que a sociedade faz de pior, que são os crimes, em obras dessa importância”, disse o titular da Vara, juiz Albino Coimbra Neto.

Com pouco mais de 390 metros quadrados, o Hospital Dia vai funcionar de segunda a sexta-feira, durante as manhãs e tardes, para atender até 40 pacientes que receberam alta do tratamento psiquiátrico, e que no local serão atendidas por uma equipe multidisciplinar.

O governador Reinaldo Azambuja, destacou o que chamou de ‘somatório de esforços’ que possibilitaram a construção do hospital. “É louvável essa mobilização por um objetivo maior, que é levar atendimento psicossocial às pessoas que mais necessitam”, disse.

A vice-presidente do Hospital Nosso Lar, Ângela Mara Barsante, explicou que no local os pacientes receberão, além da medicação necessária para continuidade do tratamento, cuidados intensivos de uma equipe composta por diversos profissionais da saúde. Atividades como oficinas de pinturas, hortas, caminhadas e atividades físicas estarão à disposição dos pacientes.

Com um aporte mensal do governo estadual para o Hospital Nosso Lar, o secretário de saúde, Nelson Tavares, explica que a iniciativa da entidade é pioneira na Capital e faz parte de uma política de ‘desospitalização’ pedida pelo Ministério da Saúde.

Segundo o governo, além dos R$ 349 mil destinados pela Cepa, a Justiça Federal contribuiu com R$ 39 mil e a Vara do Trabalho de São Gabriel do Oeste com outros R$ 42 mil, para mobiliar o novo hospital.

O TJ explica que, desde 2009, a Central de Execução de Penas Alternativas já destinou para instituições que realizam trabalhos de assistência social na Capital mais de R$ 3 milhões, oriundos de penas alternativas de diversos crimes.