No bairro Jardim Carioca, chuva abriu cratera com mais de 10 metros de diâmetro e engoliu metade da rua. Já no Nova Campo Grande, moradora se livra como pode da água que empoça em frente à sua casa.

Não chove desde ontem à noite, mas nos bairros Nova Campo Grande e Jardim Carioca, a situação é visivelmente complicada.

Uma enxurrada corre por meio dos bairros há cerca de um mês e nesse tempo já destruiu ruas, inundou casas e ainda abriu uma cratera no final da Avenida 07, com mais de 10 metros de diâmetro profundidade e largura.

Segundo os moradores, o buraco no final da Avenida 07 – que é asfaltada – não tem sinalização, mas nunca causou acidentes. Diferente do que ocorre em um buraco surgido na rua de terra paralela à avenida principal, onde dois motociclistas e ciclistas já caíram.

Vizinhos precisaram colocar um sofá velho no buraco para evitar outros acidentes, como sinalização improvisada. Como a rua está tomada por água e barro, e ainda falta iluminação, os acidentes estão sendo frenquentes, afirma Fabiano Soares Domingues, de 34 anos.

“Os carros não conseguem passar por essa rua porque atolam, eu e meu vizinhos já tivemos as casas alagadas e não conseguimos sair com o carro de casa”, explica Fabiano.

Pinguela

Em outro ponto, ainda na avenida 07, o proprietário de um depósito de material de construção, João Francisco, 41 anos, junto com seus funcionários, colocaram uma pinguela no meio da rua, em frente à loja, para que os pedestres pudessem chegar até seu comércio.

“Eu estava tendo muito prejuízo, por que as pessoas não conseguiam atravessar a rua, aí fiz a ponte”, destaca João.

Cada morador tem uma opinião diferente sobre de onde vem a água que escorre pelas ruas. Alguns dizem que mina do solo; outros, que é dos bueiros; e ainda há os que acreditam que a enxurrada vem da área militar e da Infraero ao lado do bairro Jardim Carioca.

A reportagem do Midiamax seguiu o percurso da água para descobrir a verdadeira origem. Encontramos bueiros transbordando, canteiros com mato alto e alagados, até chegarmos à Avenida 09, esquina com a Avenida 04, onde Orlene Morais Fernandes, de 65 anos, empurrava a lama da frente de sua casa com um rodo. O objetivo é facilitar o percurso da água que fica empoçada na sua rua, já que próximo a sua casa só existe ‘boca de lobo’ na parte alta da rua.

Ainda acompanhando a água, chegamos ao provável causador do problema. Na Avenida 06, onde o bairro faz divisa com o 3° Batalhão de Aviação do Exército e a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), foi possível constatar a água escorrendo, em grande quantidade, pela cerca e pela mureta da área militar e da Infraero.

É visível que a maior parte da água que escorre pelo bairro é originada de dentro da área militar e da Infraero. Em contato com a assessoria de imprensa do Exército, a informação é de que eles não sabiam do problema, mas disseram que irão fiscalizar. Caso seja constatada que a origem do transtorno está na área militar, o problema será, pelo menos, minimizado.