Um mês depois de o Midiamax mostrar a situação do bairro Bosque da Saúde, em Campo Grande, a situação vivida pelos moradores permanece inalterada. Falta de cascalhamento e patrolamento nas ruas de terra, fornecimento irregular de energia elétrica e o matagal que viceja entre as casas e alguns lotes desocupados.

O que mais preocupa a vizinhança é o mato alto porque atrai insetos e animais peçonhentos. Até um lobo já foi visto durante a madrugada, próximo ao ponto de ônibus da avenida Tamandaré. É o que conta o morador Teodoro Costa Leite. “Sempre pego a condução por volta de 5 horas, e teve um dia que eu desci a rua e avistei um lobo grande saindo do matagal, com as canelas pretas”, disse.

Pela descrição, o animal visto poderia ser um graxaim, cachorro-do-mato ou lobo-guará. Mas há outros bichos que preocupam a família de Teodoro: são os mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue. “Eu mantenho meu quintal limpo e livre de água parada, mas não adianta muito se os vizinhos não fazem também”, diz.

A queixa geral se estende também aos vereadores, que em época de eleição percorrem o bairro atrás de votos, mas depois não atendem os moradores. “A gente vai na Câmara, explica a situação para os vereadores mas eles somem, todos”, garante Teodoro.

O Bosque da Saúde assenta-se sobre um antigo lixão que ficava entre os bairros Nossa Senhora Aparecida e Seminário, região norte da cidade. A área que deu origem ao loteamento é alvo de disputa judicial entre a Sociedade Imobiliária Sumaré e a prefeitura de Campo Grande. Mas enquanto não há uma decisão terminativa, a compra e venda de terrenos acontece livremente.

A reportagem apurou que um lote-padrão, medindo 12 x 30 metros na rua Monte Azul, está sendo comercializado por R$ 12 mil. Mas a localidade carece de infraestrutura básica, como asfalto e abastecimento de energia elétrica. Apenas o fornecimento de água foi disponibilizado para a maioria dos lotes ocupados.