A aposentadoria já não é mais vista como o fim da vida ativa. Cada vez mais, os brasileiros encaram esse período como uma nova etapa para viajar, realizar projetos pessoais e manter qualidade de vida. Para que isso aconteça sem sobressaltos, é essencial ter planejamento financeiro.
O cenário atual
De acordo com dados recentes da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a previdência privada aberta já soma R$ 1,6 trilhão em ativos, o que representa cerca de 13,4% do PIB brasileiro. Apesar da força do setor, os aportes caíram 4,8% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Por outro lado, a adesão cresce: 91 mil pessoas ingressaram em planos de previdência privada nos últimos 12 meses, mostrando que mais brasileiros estão atentos à necessidade de construir reservas próprias para o futuro.
No campo da aposentadoria pública, também houve mudanças. As regras de transição preveem, em 2025, idade mínima de 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, em situações específicas. Já o valor mínimo pago pelo INSS é de R$ 1.518, enquanto o teto dos benefícios foi reajustado para R$ 8.157,41.
Estratégias para garantir o futuro
Entre as principais recomendações de especialistas estão:
- Começar cedo: aportes iniciados ainda na juventude geram maior acúmulo por conta dos juros compostos.
- Usar a previdência privada como núcleo: planos PGBL e VGBL oferecem vantagens tributárias e gestão profissional.
- Diversificar: incluir outros ativos, como fundos imobiliários, ações e títulos públicos, para equilibrar risco e retorno.
- Ficar atento às taxas: em 2025, muitos investidores resgataram recursos de fundos de previdência por causa de custos altos e rentabilidade abaixo do esperado.
- Revisar periodicamente: o ideal é reavaliar o portfólio a cada seis meses ou ao menos uma vez por ano.
Karoline Francisco, advogada previdenciária, explica que “é fundamental observar cláusulas de reversibilidade e taxas de carregamento antes de assinar um plano.”
Fundos de pensão ganham relevância
A previdência complementar fechada, oferecida principalmente por empresas e órgãos públicos, também mostra crescimento. Em março de 2025, os recursos desses fundos ultrapassaram R$ 3 trilhões, o equivalente a 25% do PIB brasileiro.
Por que agir agora?
O Brasil enfrenta um desafio demográfico: em 2051, os beneficiários do INSS deverão superar o número de contribuintes que sustentam o sistema. Isso significa mais pressão sobre as contas públicas e risco de benefícios menores.
Por isso, especialistas reforçam: quanto antes o planejamento começar, mais confortável será a aposentadoria. Afinal, viver bem depois de encerrar a carreira depende de escolhas feitas hoje.