Sequestrado no dia anterior, é morto em Campo Grande, em 12 de setembro de 1976, o jovem Lúdio Martins Coelho, o Ludinho, filho do empresário e político Lúdio Martins Coelho. O crime, por envolver uma das mais tradicionais famílias de Mato Grosso, e, principalmente, por ser um dos primeiros no gênero no Brasil, teve enorme repercussão, desde o rapto da vítima até a prisão dos suspeitos e condenação de seus autores.
As primeiras notícias davam conta de que com “um tiro na testa, uma mulher encontrou ontem, num terreno baldio no centro de Campo Grande, o corpo do estudante Lúdio Martins Coelho Filho, sobrinho do senador Italívio Coelho (Arena-MT) e filho do banqueiro e pecuarista Lúdio Martins Coelho. O rapaz havia sido sequestrado sexta-feira e seu carro, deixado em frente à residência da família, foi encontrado um bilhete exigindo resgate de Cr$ 6 milhões”.
O mesmo noticiário dava conta que “um forte esquema de segurança o corpo de Ludinho, que permaneceu intocável até a noite, quando a Polícia Técnica de São Paulo – vinda em jato fretado – o examinou. O delegado Fleury comanda as investigações. O sequestro era mantido em rigoroso sigilo até ontem às 15.45 quando o corpo foi encontrado. O tiro teria sido disparado na manhã de ontem (dia 10), segundo a polícia.”
OS AUTORES – Com o auxílio da polícia do Estado, o delegado Luis Antonio Fleury, do DOPS de São Paulo, comandou as investigações e chegou aos suspeitos, graças à delação do cabo Luiz Targino, que soube do fato, através de um de seus autores, o tenente Aramis.
Os tenentes da PM de Mato Grosso, Aramis Ramos Pedrosa e João Louzada, e João Leozar Machado, presos dez dias depois, confessaram a autoria do crime. Aramis assumiu a autoria intelectual da trama e dos dois disparos que mataram Ludinho. No depoimento, acrescentou que o objetivo do sequestro era apenas o dinheiro, salientando que de qualquer forma o jovem seria morto, pois conhecia bem os sequestradores e os denunciaria.
Foram condenadas, além de Aramis e Machado. a amante deste, Josélia Rosa da Costa e a esposa daquele, Iolanda Grizahay Ramos.
O crime foi celebrizado pela música sertaneja “Lágriimas que choram”, da dupla Milionário e José Rico.
FONTE: Jornal do Brasil (RJ) 11 de setembro de 1976.
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