Em viagem de inspeção e reconhecimento ao Sul do Estado, após completar a ligação telegráfica, com a inauguração da estação de Bela Vista, Rondon chega, em 6 de agosto de 1905, a Rio Brilhante, então, Entre Rios:
Prosseguia a exploração de S. Tomás em direção a Vacaria, através de fazendas e cabeceiras, cujos nomes o guia em geral ignorava como ignorava às vezes, qual a melhor direção a tomar. Na margem esquerda do Brilhante perdi o meu guampo – um belo copo de chifre com lavores de prata – que usava desde 1894.
Depois passamos pela fazenda Boa Vista, de um gaúcho simpático que, a meu ver, um governo clarividente aproveitaria para chefe político desta zona.
Continuamos a explorar rios, varar cabeceiras, passar em fazendas, tirando fotografias em todo o percurso.
Perto da cabeceira do Pulador, viam-se uns blocos de pedras grés – pedras brancas. Fotografei-me em cima desse bloco, pensando no esforço que faz cada um de nós para ser o melhor instrumento possível na obra de elevação da espécie, pensando no grande regenerador e na necessidade de se difundirem seus ensinamentos, para favorecer aquela elevação…
Chegamos a 6 de agosto ao novíssimo povoado de Entre Rios, fundado em 1º de janeiro de 1904 pelo sr. Chico Cardoso. O povoamento começara, realmente, em setembro e fora tão rápido que as observações astronômicas já haviam sido feitas na frente da casa da escola. Ocupado nesse serviço, não me fora possível receber pessoas que me vieram visitar. Tirei depois fotografias da escola e dos habitantes da povoação.
FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195.
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