Pena que o conhecimento da história tenha sido relegado a um segundo plano e muitos de nossos políticos desconheçam a própria história do Brasil. Como parece ser o caso dos que defendem uma posição intransigente na Ucrânia na questão da invasão de que foi e está sendo vítima.
Não é preciso ir muito longe para se perceber que o projeto acordado, em princípio, na reunião do Alasca entre Trump e Putin atende ao interesse de todos em encerrar esta guerra, que custa vidas, recursos financeiros e a tranquilidade da Europa e do mundo. No Brasil, temos caso análogo.
D. João VI começou um processo de ocupação da então Banda Oriental (correspondente ao atual Uruguai) e, em 1821, a incorporou ao Brasil criando a Província Cisplatina, dando o que achava ser uma garantia à segurança nacional ao sul. Ocorre que as províncias hispânicas da região do Rio da Prata, hoje Argentina, não aceitaram e surgiu o episódio conhecido como Guerra da Cisplatina, que custou esforços e vidas aos dois lados e apontava como motivo de discórdia que não permitiria o entendimento entre os dois países vizinhos. Depois de quase três anos de lutas, a Inglaterra e a França, mas principalmente o Reino Unido, resolveram intervir e daí surgiu a solução da criação de um país independente que veio a ser o Uruguai. A solução que envolveu o reconhecimento do Uruguai salvou o Brasil da evidência da derrota militar. Como a Argentina também abriu mão de suas pretensões, aquele território ficou como que um recuo de ambos os países.
Foi a melhor solução, talvez a base das boas relações na região e da união que formou a tríplice aliança em 1865, para conter o expansionismo paraguaio. Naquele território, a maioria da população era de fala espanhola e nunca teriam se conformado com a anexação. Foi uma vitória do bom senso.
Logo, os dirigentes da Ucrânia e seus aliados só têm a ganhar com o fim da guerra, que poderia durar anos e anos, com prejuízos para todos os envolvidos.
O mundo precisa virar esta página, a Rússia fica com territórios que já eram de maioria russa e a Ucrânia pode retornar a seu desenvolvimento econômico e social por ser um território rico. E a Europa respirar.
Continuar o conflito vai custar caríssimo a todos!