Esta semana marca 18 anos que Minas e o Brasil perderam um grande filho que
foi José Aparecido de Oliveira, cuja trajetória foi dedicada à vida pública, à família e
aos amigos. Sua personalidade foi marcada pela generosidade e cordialidade. Teve
grandeza em superar momentos difíceis e os bons nunca retiraram sua maneira simples
e sem ressentimentos de ser.
Em 40 anos de convívio, aprendi a admirar e estimar esta personalidade singular
em seu tempo. Pertencemos ao grupo que muito aprendeu com outro notável,
Magalhães Pinto.
Lembrar de José Aparecido não é apenas a lembrança saudosa de seus amigos,
que o tempo não arrefece. É perceber o quanto faz falta a este Brasil dividido, com
facções que alimentam narrativas de ódios, ressentimentos, inverdades, que prejudicam
justamente as camadas mais desfavorecidas da população.
A falta de homens dessa escola mineira da conciliação, tolerância, com
exemplos como o de JK, que, sofrendo duas tentativas de golpe no decorrer do mandato,
anistiou assim que pôde seus responsáveis, se faz sentir. A gravidade da atual situação é
que os dois lados se negam a depor as armas tóxicas que afetam a credibilidade das
próprias instituições republicanas. A esta altura não parece ser possível a conciliação
com estes atores. O Brasil precisa virar a página e, para tal, a presença mineira torna-se
indispensável. A lanterna para sairmos da escuridão está hoje nas mãos do mineiro
Aécio Neves.
Este ano marca os 200 anos do Imperador Pedro II, que foi e é um exemplo da
sabedoria na tolerância que permitiu meio século de paz interna e a mais ampla
liberdade de imprensa de nossa história. Considerado o maior dos brasileiros, Pedro II
conquistou esta presença na história e na memória nacional justamente por nunca ter se
deixado levar por sentimentos menores. O modelo que deveria inspirar os seus
sucessores.
É o momento de se recordar estes homens que a seu tempo deram bons
exemplos do valor da fraternidade na construção de uma sociedade livre e próspera. O
Brasil dispõe hoje de uma preciosidade que é o presidente José Sarney, que, tendo
sofrido injustiças e cobranças indevidas, nos deu e nos dá um exemplo de grandeza e
patriotismo. Amigo ao longo da vida de José Aparecido.
José Aparecido de Oliveira é homem público que deixou esse legado de postura
correta e generosa e, assim, seus serviços ao Brasil permanecem atuais e vivos por
mostrar que vale a pena agregar e ganhar a lembrança histórica positiva.
A música de Charlie Brown Jr. diz a verdade de que “só o amor constrói pontes
indestrutíveis”.
LEGADO DE JOSÉ APARECIDO
Aristóteles Drummond
