Em apenas cinco meses, a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, foi responsável pela morte de quatro pessoas, segundo a Polícia Civil de São Paulo.
As vítimas foram envenenadas, e os crimes aconteceram em Guarulhos (SP), Duque de Caxias (RJ) e na capital paulista. Ana Paula, que está presa desde julho, teria agido com a ajuda da irmã gêmea, Roberta, e de Michelle Silva, filha de uma das vítimas.
As mortes ocorreram entre março e julho deste ano. Marcelo Hari Fonseca, dono de um imóvel alugado por Ana Paula, e Maria Aparecida Rodrigues, uma amiga que ela conheceu em um aplicativo de relacionamentos, foram as primeiras vítimas, em Guarulhos.
Em seguida, a estudante viajou para Duque de Caxias, onde matou Neil Corrêa da Silva, pai de uma ex-colega de faculdade. De volta a São Paulo, envenenou o namorado, Hayder Mhazres, tunisiano.
Segundo o Ministério Público, Ana Paula e Roberta agiram para se apropriar dos bens das vítimas. Michelle, filha de Neil, teria pago R$ 4 mil para as irmãs matarem o próprio pai. Todas as vítimas apresentaram sinais de envenenamento, como edema pulmonar, e a polícia suspeita do uso de “chumbinho”, um raticida.
As três mulheres estão presas e podem responder por homicídio. A polícia ainda investiga se há mais vítimas.
As vítimas
31 de janeiro: Marcelo Hari Fonseca
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/a/Q/gjKy9pROiNsa5GtZd4HQ/marcelo.jpg)
Ana Paula é acusada pelo Ministério Público de matar Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, em 31 de janeiro, em Guarulhos. O corpo dele foi encontrado em casa em avançado estado de putrefação.
A estudante e sua irmã Roberta, que alugavam do homem um imóvel nos fundos, acionaram a Polícia Militar (PM) para atender à ocorrência. A Polícia Civil chegou a investigar o caso, mas ele foi arquivado em 5 de maio, por falta de provas.
Reaberta, a investigação apontou para a participação das irmãs na morte. A principal suspeita é de envenenamento. A polícia aguarda laudos periciais com os resultados dos exames toxicológicos em Marcelo.
11 de abril: Maria Aparecida Rodrigues
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/2/e/5qqQiAQUmafBTM02A79w/maria.jpg)
Ainda em Guarulhos, Ana Paula é acusada pelo MP de ter matado Maria Aparecida Rodrigues em 11 de abril. A estudante conheceu a mulher. Depois de um tempo de amizade, deu café e bolo a ela, na casa onde morava com a irmã. Ao voltar para sua residência, Maria passou mal e morreu.
A filha da vítima contou à polícia que Ana Paula havia mentido e se identificou com outro nome quando se apresentou à sua mãe. E demonstrou, após a morte, que queria pegar umas roupas que supostamente teria deixado na residência de Maria. A universitária também não foi ao velório e enterro.
26 de abril: Neil Corrêa da Silva
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/l/6/QsaPN4TBKFxtN1pmAWrA/whatsapp-image-2025-10-09-at-10.01.19.jpeg)
O aposentado Neil Corrêa da Silva morreu em 26 de abril, após comer uma feijoada levada pela estudante. Ela e a filha do homem eram amigas na faculdade. Ele tinha 65 anos.
Segundo a investigação, Michelle contratou Ana Paula para que ela fosse de Guarulhos a Duque de Caxias envenenar a comida do pai. A “serial killer” teria matado dez cães durante os testes com o produto, para saber se ele faria efeito, de acordo com a investigação.
Segundo a polícia, há ainda trocas de mensagens por WhatsApp entre Ana Paula e Roberta que mostram que as irmãs usavam a sigla “TCC”, numa falsa referência acadêmica a “Trabalho de Conclusão de Curso”. Só que nesse caso, o termo “TCC” era o código para cobrar os R$ 4 mil que Michelle pagaria a elas para matar o idoso. Pai e filha tinham diversos desentendimentos, segundo policiais.
23 de maio: Hayder Mhazres
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/x/I/GXTiAjQZGK5VT0jwJjiQ/hayder.jpg)
De acordo com a Promotoria, Ana Paula também matou Hayder Mhazres, um tunisiano de 21 anos com quem mantinha um relacionamento amoroso em São Paulo. O estrangeiro passou mal em seu apartamento num momento em que a estudante estava com ele.
O corpo não foi exumado porque seguiu para a Tunísia. Mas, para a investigação, o jovem foi envenenado.
Em depoimento à polícia, familiares de Hayder disseram que Ana Paula dizia estar grávida do rapaz e que os procurou para pedir dinheiro. Segundo a investigação, a estudante mentiu sobre a gestação.
💬 Receba notícias antes de todo mundo
Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.
(Revisão: Dáfini Lisboa)