Pular para o conteúdo
Brasil

Resumo: 1º dia do julgamento de Bolsonaro tem Moraes defendendo soberania e lista de evidências de Gonet

Primeira Turma do STF iniciou, nesta terça-feira, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus
Osvaldo Sato -
Julgamento teve início nesta terça-feira (Foto: Luiz Silveira/STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, acusados de fazerem parte do núcleo central de uma trama golpista. A sessão foi suspensa e será retomada na quarta-feira (3), com a fala das defesas dos acusados.

A pauta do dia foi dominada pelas falas do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que se manifestaram a favor da condenação dos réus. As defesas dos acusados contestaram as provas e argumentos apresentados.

STF não cederá a pressões, diz Moraes

Na abertura do julgamento, Alexandre de Moraes defendeu a independência do Poder Judiciário e afirmou que a Corte não se curvará a pressões internas ou externas. Sem citar nomes ou fatos específicos, o ministro se referiu a uma “organização criminosa” que atua no exterior para minar a Justiça brasileira.

“Uma verdadeira organização criminosa que, de forma jamais vista anteriormente em nosso país, passou a agir de maneira covarde e traiçoeira com a finalidade de submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro Estado estrangeiro.”

Moraes também relembrou o histórico de tentativas de ruptura democrática no Brasil e defendeu a necessidade de punição para quem comete crimes, ressaltando que a pacificação do país passa pelo respeito à Constituição e pelo fortalecimento das instituições.

Gonet traz provas da trama golpista

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação, listou as evidências do plano golpista e defendeu a condenação de todos os réus. Gonet afirmou que não é necessária uma ordem assinada para que se configure uma tentativa de , bastando as reuniões e ações dedicadas a romper as regras constitucionais.

“Para que a tentativa se consolide, não é indispensável que haja ordem assinada pelo presidente da República para adoção de medidas estranhas à realidade funcional. A tentativa se revela na prática de atos e de ações dedicadas ao propósito da ruptura das regras constitucionais sobre o exercício do poder, um apelo ao emprego da força bruta, real ou ameaçada.”

O procurador-geral ainda ressaltou que a acusação não se baseia em “suposições frágeis”, mas em provas concretas, incluindo documentos e diálogos produzidos pelos próprios investigados.

“Não é preciso um esforço intelectual extraordinário para reconhecer que, quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso.”

Defesas dos réus

Após a manifestação de Gonet, as defesas dos réus tiveram a palavra. O de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforçou a validade da delação premiada do militar e defendeu a absolvição dele.

A defesa de Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, negou a participação do deputado federal na elaboração de mensagens contra as urnas eletrônicas e que ele tenha usado o órgão para monitorar autoridades.

Durante a fala do advogado de Ramagem, a ministra Cármen Lúcia o interrompeu para corrigir a confusão entre os termos “voto impresso” e “processo eleitoral auditável”, reforçando a diferença entre os conceitos.

Já o advogado de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, pediu a anulação da delação de Mauro Cid e questionou o nexo causal individualizado da conduta de seu cliente com as ações ilícitas.

Por fim, a defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, argumentou que a minuta do golpe encontrada em sua casa já circulava na internet antes de ser apreendida.

O julgamento será retomado na quarta-feira (3), com as defesas dos demais réus. A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão.

Quem são os réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Crimes

Os réus respondem no Supremo pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • Golpe de Estado,
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça,

A exceção é o caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição. [Com informações da Agência Brasil]

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
senadores de ms

Senado aprova redução de inelegibilidade; confira como votou a bancada de MS

Suspeito de espancar homem em situação de rua até a morte é preso em Três Lagoas

Cármen Lúcia repreende advogado por ‘confusão’ sobre voto impresso e voto auditável

davi alcolumbre

Davi Alcolumbre diz que não há prazo para deliberar pedido de impeachment de Moraes

Notícias mais lidas agora

Em Nova Alvorada, promotor do MPMS é alvo de denúncia por suspeita de ‘aliviar’ para prefeito

Juíza condena sete por caso de roubo de propina flagrada na Vostok

tereza rueda

União Progressista anuncia saída da base de Lula em coletiva com Rueda e Tereza Cristina

valdemar pl

PL altera data de evento em MS após deputado apontar ‘enterro de Bolsonaro’

Últimas Notícias

Polícia

Homem é preso suspeito de estuprar adolescente de 11 anos que estava ‘desaparecido’ em Campo Grande

O homem conquista os menores oferecendo bebidas, comidas, videogame e piscina

Cotidiano

Caso Emanuelly reacende debate e divide opiniões sobre redução da maioridade penal 

O Jornal Midiamax foi até as ruas ouvir a opinião dos leitores, além de trazer a visão de especialista sobre o assunto

Política

Para Rose, saída do União Progressista da base do PT é ‘natural’ com projeto presidencial

Integrante da federação, União Brasil tem pré-candidato à presidência confirmado

Cotidiano

Coxim marca 39ºC e fica entre as cidades mais quentes e com menor umidade do país

Dados foram apresentados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) referentes à esta terça-feira (2)