Pular para o conteúdo
Brasil

Pesquisas de universidades públicas promovem detecção de metanol

Um dos métodos é utilizar um equipamento de ressonância que consegue detectar o metanol em cinco minutos
Agência Brasil -
MEtFoto: Reprodução/Adobe Stock

Não há cheiro ou gosto diferente. A adulteração por metanol nas bebidas alcoólicas só pode ser constatada por testes laboratoriais. Entre esses exames, pesquisas nascidas em universidades públicas brasileiras ampliam os caminhos para detecção da substância.

O ministério da Saúde confirmou, neste sábado, que há pelo menos 127 notificações de suspeita de contaminações por metanol. Onze casos foram confirmados.

Uma das iniciativas de detecção é do Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear, da Federal do Paraná (UFPR), que abriu as portas ao público em geral para examinar bebidas alcoólicas de forma gratuita, realizando agendamento de interessados.

Análise em 5 minutos

Segundo o vice coordenador do laboratório, o professor de química Kahlil Salome, o equipamento de ressonância funciona como nos exames de saúde.

“Colocamos o líquido em um tubo. A análise é muito rápida. A gente consegue analisar uma amostra a cada cinco minutos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Para fazer a detecção, bastam algumas gotas da bebida (0,5 mililitro).“Quando a gente coloca a amostra no equipamento, ele devolve um gráfico. Tem várias linhas e uma dessas linhas é referente ao metanol”.

O pesquisador recomenda que as pessoas que tiverem desconfiança da origem de bebidas podem procurar o laboratório. “A gente consegue analisar bem rapidinho”. O pesquisador explica que a detecção é possível mesmo com bebidas com corantes ou frutas.

O pesquisador em química diz que o exame aponta, por exemplo, a presença da quantidade inadequada ao consumo humano: 10 microlitros de metanol em 100 ml de bebidas como cachaça, vodka e tequila.

O professor defende que a pesquisa na universidade pública traz respostas à sociedade também em momentos de crise como esse.

“A gente tenta também trazer a população de volta para a universidade. Houve um período de muitos ataques à universidade pública”.

Ele explica que outras universidades federais têm laboratórios do mesmo gênero que poderiam ser acionados para exames sobre a presença de metanol.

Método patenteado

Outra instituição de ensino público com pesquisa sobre detecção de metanol é a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em 2022, pesquisadores do Instituto de Química, em Araraquara, desenvolveram um método capaz de identificar adulterações em bebidas alcoólicas destiladas.

Inclusive, o método foi patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Os pesquisadores da Unesp adicionaram um tipo de sal no líquido. Se houver metanol, a amostra se transforma em formol. Na sequência, um ácido gera mudanças na coloração da solução. Essas etapas de reação levam cerca de 15 minutos no caso do etanol e das bebidas alcoólicas.

Pesquisa virou empresa

Outra pesquisa nasceu na Universidade de (UnB) em 2013, em um projeto incubado na instituição quando o químico Arilson Onésio Ferreira fazia o curso de mestrado. Foi colocado em prática um exame a partir de reagentes. A empresa (Macofren) deu certo e hoje disponibiliza kits para empresas privadas e instituições governamentais.

“O projeto surgiu na UnB com um foco específico em trabalhar em combate às fraudes por metanol em combustíveis”, contextualizou para a Agência Brasil. Foi então que criou uma startup a partir das ideias do Laboratório de Materiais e Combustíveis, que tinha à frente o professor Paulo Soares e o aluno Guilherme Bandeira liderando as pesquisas.

“Isso que está acontecendo agora no Brasil já aconteceu na e que foi registrado no documentário Metanol, o líquido da morte’”. O químico chama atenção para o fato que a partir de 30 ml do metanol pode levar uma pessoa à morte.

Segundo o pesquisador, a detecção do metanol na bebida tem uma dificuldade em função da diversidade de formulações, incluindo corantes e açúcares, que podem gerar um teste com falso positivo. “Nunca pode ocorrer um falso negativo”, garante.

O químico diz que o kit com os instrumentos e materiais para fazer um teste custa R$ 50. Depois de adquirir os materiais, o reagente fica em torno de R$ 25 por teste. Para fazer o exame, basta 1 ml da amostra da bebida. Desde o início da crise, os pedidos não param, segundo ele e há 200 empresas na fila de espera. Entre os clientes, produtores de eventos como casamentos e outros eventos.

Siga o Jornal Midiamax nas redes sociais

Você também pode acompanhar as últimas notícias e atualizações do Jornal Midiamax direto das redes sociais. Siga nossos perfis nas redes que você mais usa. 👇

É fácil! 😉 Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

💬 Fique atualizado com o melhor do jornalismo local e participe das nossas coberturas!

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Intoxicação por metanol: hospital de São Bernardo abre protocolo de morte cerebral de paciente

MPT-MS recebe doações de brinquedos para caridade até 19 de novembro

Aeroporto de Munique volta a funcionar neste sábado, 4, após sobrevoos suspeitos de drones

Pokémon GO: febre em 2016, jogo ainda tira caçadores do sofá e mobiliza comunidades em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

Consórcio Guaicurus vai ao STJ para se livrar de pagar R$ 150 mil por ônibus lotados na pandemia

CNU é amanhã: saiba as principais informações para fazer a prova

Projeto de lei quer isenção de IPVA para veículos rurais

Após morte, Vigilância Sanitária intensifica fiscalização em bares de Campo Grande

Últimas Notícias

Trânsito

Vídeo mostra motociclista ferido ao ser atingido por caminhonete na Avenida Bandeirantes

Motorista da caminhonete foi fazer uma conversão e 'invadiu' a pista que o motociclista trafegava

Brasil

Brasil já tem 127 casos suspeitos de intoxicação de metanol, diz ministro da Saúde

Ministro recomenda que a população evite ingerir bebidas alcoólicas nos próximos dias, principalmente destilados

Consumidor

Preço da cesta básica tem redução de 6,44%, mas variação de preços pode chegar até 344%

Levantamento foi feito em 12 supermercados da cidade

Consumidor

Dia das Crianças: brinquedos seguem na preferência e comércio on-line tem opções a partir de R$ 20

A pesquisa foi realizada analisando os itens ‘brinquedos e jogos’, que são preferências entre crianças e adolescentes