O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou nesta segunda-feira (8) um novo estudo inédito, que pretende mapear as Áreas Verdes Urbanas no Brasil.
Trata-se de uma abordagem metodológica experimental criada com o objetivo de identificar e classificar as áreas verdes em espaços urbanos e, assim, contribuir com o planejamento territorial sustentável e a qualidade de vida nas cidades.
O material ainda oferece bases metodológicas para o monitoramento das áreas verdes urbanas no país e, nesta primeira edição, foram analisados dois municípios de diferentes regiões do país: Guarulhos (SP) e Palmas (TO).
Com base nesses primeiros levantamentos, a equipe da DGC (Diretoria de Geociências) do IBGE quer avaliar com outros pesquisadores uma proposta metodológica que seja realizada futuramente em todo o território nacional.
“Para nós é importante lançar este estudo em caráter experimental, para que possamos colocar a proposta de metodologia em discussão, testar sua aplicabilidade a diferentes contextos e, a partir de um retorno de outros pesquisadores, de gestores e de demais partes interessadas, propor algo que possa ser aplicável a todo o Brasil”, explica Manuela Mendonça de Alvarenga, responsável técnica da pesquisa.
Metodologia
A metodologia realizada no estudo utilizou a definição de Áreas Verdes Urbanas do Código Florestal Brasileiro.
Para o código, essas áreas são espaços públicos ou privados de vegetação (natural ou recuperada), que possuem uma destinação no planejamento urbano diferente de loteamentos e moradias, com a intenção de exercer uma função capaz de prover serviços ecossistêmicos para a cidade.
Já a classificação de áreas verdes seguiu a proposta do Ministério do Meio Ambiente e de Mudança do Clima, que contempla diferentes tipos, como parques, praças, canteiros, dentre outros, e os serviços que podem oferecer, como, por exemplo, de recreação e de regulação climática.
O estudo ainda usou dados de cartografia colaborativa, que indicam a presença de áreas verdes diversas, e imagens de satélite, que indicaram a presença de vegetação.
Para isso, foi considerado o ano de 2022 como referência devido à disponibilidade de dados do último Censo Demográfico.
Cidades analisadas
Em Guarulhos, foram identificados 7.096,37 hectares de Áreas Verdes Urbanas, o que representa 45% das áreas urbanizadas do município, levando em conta a área de 800m em torno do centro urbano.
Considerando as áreas verdes intraurbanas, o tamanho é reduzido para 6.036,73 hectares, e a proporção passa a ser de 38% das áreas urbanizadas da cidade.
“Com esse resultado, podemos interpretar qual é o grau do impacto que o entorno do centro urbano possui para a composição do mosaico de áreas verdes da cidade e consequentemente os serviços fornecidos à população”, explicou Manuela.
Em Palmas, o total de Áreas Verdes Urbanas foi de 5.137 hectares, considerando a área de mapeamento com o entorno de 800m do centro urbano, o que representa 49,11% do total de áreas urbanizadas da cidade.
Já levando em consideração apenas a área intraurbana, as Áreas Verdes Urbanas passam a somar 977,99 hectares, representando aproximadamente 10% da mancha urbanizada do município.
Análise
A diminuição de cerca de 80% de áreas verdes entre os recortes intraurbano e periurbano se deve ao fato de que Palmas possui grandes extensões de matas ciliares de rios tributários ao Rio Tocantins que cruzam a cidade e não são consideradas áreas urbanizadas, devido à sua grande extensão sem moradias ou área construída.
Levantamentos futuros
Segundo o IBGE, os resultados obtidos no levantamento experimental vão permitir à equipe técnica propor uma metodologia adequada às áreas verdes de todo o Brasil.
Futuramente, o levantamento poderá acompanhar as atualizações das Áreas Urbanizadas do IBGE e complementar este mapeamento com uma periodicidade estabelecida em conjunto.
Além disso, será possível trabalhar com inteligência artificial de forma mais otimizada para as atualizações.
“O mapeamento foi proposto considerando a disponibilidade de insumos e a simplicidade de processamento, e, com isso, podemos chegar a um dado de qualidade para todo Brasil”, completou Alvarenga.
“Assim, a partir de uma primeira versão e de sua validação, o próprio mapeamento pode servir como entrada para treinar algoritmos de inteligência artificial, que poderão permitir uma atualização do mapeamento mais automatizada”, finalizou a responsável.
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(Revisão: Bianca Iglesias)