Mais da metade dos brasileiros (51%) acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez tudo o que podia para evitar o tarifaço, segundo pesquisa inédita do Ipsos-Ipec.
Do total, 41% concordam, total ou parcialmente, com a afirmação, e 8% não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa foi realizada presencialmente entre 1º e 5 de agosto, com 2.000 pessoas em 132 cidades das cinco regiões do país.
Segundo os dados divulgados pelo jornal O Globo, neste domingo, 10 de agosto, a reprovação é maior entre homens (55%), pessoas de 35 a 44 anos (56%), entrevistados com ensino médio (59%) e aqueles com renda acima de cinco salários mínimos (64%).
Entre eleitores de Jair Bolsonaro em 2022, apenas 13% “concordam” total ou parcialmente com a afirmação, contra 81% que “discordam” no todo ou em parte.
Já entre os que votaram em Lula no último pleito, o cenário se inverte. Esse grupo, que representa 72%, avalia que ele fez tudo o que podia para evitar o aumento, e 21% discordam.
O presidente também não convenceu a maioria dos eleitores que se abstiveram ou anularam o voto em 2022. Nesse grupo, 64% “discordam” no todo ou em parte da afirmação.
Reunião para socorro aos afetados
O presidente Lula tem agenda marcada para às 17h (de Brasília) com o vice-presidente e e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira.
A expectativa é de que o presidente encaminhe medidas de apoio a setores afetados pelas tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. O tarifaço americano entrou em vigor no dia 6 de agosto.
Alckmin tinha agenda marcada nesta segunda-feira no lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), em São Paulo, mas o evento foi adiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) após o vice-presidente ser convocado para a reunião no Palácio do Planalto por Lula.
Na semana passada, ele disse que a decisão sobre as medidas seria anunciada até a próxima terça-feira, 12.
MS aguarda Lula para agir
Em Mato Grosso do Sul, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou que só deve agir em prol dos empresários prejudicados pelo tarifaço trumpista após reação do Governo Lula. O titular da pasta projeta os maiores impactos à indústria da carne e ao mercado do café.
“Não temos previsão de uma ação para o tarifaço. Vamos ver o que o Governo Federal vai fazer. O maior problema acho mesmo que a carne, o café, pois a celulose resolveu. O que eles precisam é de linha de crédito, mas estamos aguardando ver o governo federal vai fazer”, afirmou ao Midiamax no início da semana passada.
As tarifas do presidente norte-americano foram confirmadas na semana passada e entram em vigor a partir do dia 6 de agosto. Elas implicam dezenas de países, contudo o Brasil foi o mais afetado com taxas de 50% nas exportações dos produtos que entram no país.