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Brasil

35 anos do SUS: sistema registra 2,8 bilhões de atendimentos por ano; confira ações 

Sistema conta com cerca de 3,5 milhões de profissionais, além de atender 76% da população brasileira
Idaicy Solano -
Trabalhadores do SUS (Foto: divulgação)

Consolidado como um dos maiores sistemas públicos, gratuito e universal de saúde do mundo, o SUS (Sistema Único de Saúde) completa 35 anos nesta sexta-feira (19). O sistema realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos por ano, e conta com cerca de 3,5 milhões de profissionais, além de ser a maior rede pública de transplantes do mundo e atender 76% da população brasileira.

O SUS ganhou forma na Constituição de 1988, graças ao movimento histórico da 8ª Conferência Nacional de Saúde, no ano de 1986, que definiu a saúde como direito de todos e dever do Estado. Em 1990, a Lei nº 8.080 regulamentou o sistema em todo o território nacional.

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Antes do SUS, apenas trabalhadores formais, vinculados à Previdência Social, tinham atendimento garantido em hospitais públicos. Na prática, apenas 30 milhões de pessoas eram beneficiadas. Para o restante da população, a alternativa era a caridade, serviços filantrópicos ou custear atendimentos e tratamentos. Com o Sistema Único, toda a população tem direito aos atendimentos.

De 2023 a 2025, o Mais Médicos chegou a 26,8 mil profissionais, o dobro do quadro. Além disso, o Brasil Sorridente, responsável por dar acesso a atendimentos odontológicos gratuitos, foi retomado, com 34 mil equipes e com o reforço de 400 Unidades Odontológicas Móveis já entregues. 

Outras iniciativas, como a Farmácia Popular, já beneficiou 22 milhões de pessoas somente neste ano, com a disponibilidade gratuita dos 41 medicamentos e itens do programa. Já o programa Agora Tem Especialistas, foi lançado para garantir atendimento, exames e tratamentos necessários a todos os brasileiros. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destaca que o SUS é motivo de muito orgulho para a população, e ressalta que nenhum outro país do mundo, com mais de 100 milhões de habitantes, tem um sistema universal, capaz de oferecer atendimento gratuito a todos, independente de poder ou não pagar uma consulta ou plano de saúde. 

“O SUS nasceu da luta de nosso povo pelos seus direitos. Cresceu, se aprimorou. Sobreviveu aos ataques daqueles que tentaram sucateá-lo. Agora, tem de volta a atenção que merece e está batendo recordes atrás de recordes”, destaca o presidente. 

Atuação do SUS no país 

  • Estratégia Saúde da Família

A ESF (Estratégia Saúde da Família), lançada em 1994, é um modelo inovador da APS (Atenção Primária à Saúde), que coloca a saúde no centro das necessidades da pessoa, da família e do território. As equipes estão presentes em todas as regiões com ações de promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento em UBS (Unidades Básicas da Saúde) das cidades, mas também em áreas remotas, fluviais, consultórios na rua e territórios indígenas.

Essa ação impacta diretamente a vida da técnica de enfermagem Ana Célia dos Santos, moradora da área rural de São Raimundo Nonato (PI), que relata ter sido acolhida pelo sistema. “Foi na Unidade Básica de Saúde que fiz meu pré-natal, recebi todas as vacinas e meu filho nasceu com segurança. Hoje, quando ele adoece, sei que posso contar com o SUS”.

  • Maior rede de transplantes 

O Brasil tem a maior rede pública de transplantes do mundo. Em 2024, o país bateu recorde histórico no SUS, com 30 mil procedimentos. Além de realizar serviços de altíssima complexidade, como transplantes, de forma gratuita, a rede pública fornece os medicamentos imunossupressores, necessários para toda a vida dos transplantados.

Natural de , Robério Melo, de 52 anos, descobriu em 2017 que 90% de seu fígado estava comprometido por uma doença rara, e chegou a ouvir dos médicos que teria apenas três dias de vida. No terceiro dia, graças ao SUS, recebeu um transplante de fígado no Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (Distrito Federal). Hoje, Robério dedica sua vida a apoiar pacientes e a fortalecer a cultura da doação de órgãos. 

“Eu renasci. O SUS me devolveu a vida. Essa segunda chance me transformou e hoje dedico minha trajetória a mostrar que doar órgãos é doar vida, e sou a prova viva de que a solidariedade salva”, afirma.

  • Atuação na pandemia 

O SUS também esteve fortemente presente na vida dos pacientes em um momento de extrema necessidade: durante a pandemia de Covid-19. A agente comunitária de saúde de Natal (RN), Cintia Fernanda de Lima, que atua há 26 anos no SUS, relembra que, durante a pandemia, atenção primária foi essencial e segue sendo para que o SUS funcione. 

Morador de Paracatu (MG), Rodrigo Silva Souza, 27 anos, foi diagnosticado com Covid-19 em abril de 2021, quando acreditava ter apenas uma dor de garganta. Em Brasília, a mãe percebeu a gravidade e o levou ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde ficou internado por quase uma semana, dependente de oxigênio. “Cheguei a ter 50% do pulmão comprometido. Mesmo com o hospital lotado e gente chegando toda hora, o SUS cuidou de mim com atenção. Foi o que salvou minha vida”, recorda.

  • Apoio à vítimas de tragédias e emergências 

Tragédias como a da Boate Kiss, em 2013, mostraram a força do SUS em emergências. A Força Nacional do SUS (FN-SUS) montou um núcleo de atenção psicossocial em Santa Maria (RS), apoiou o resgate e organizou a transferência de pacientes para hospitais de referência. 

Já nas enchentes do , em 2024, o SUS garantiu o atendimento em hospitais de campanha, com reforço à vacinação e apoio psicossocial a milhares de pessoas.

Em janeiro de 2023, o Ministério da Saúde decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional na terra Yanomami. Esta foi a maior crise humanitária em território indígena. Dois anos depois, os dados do primeiro trimestre de 2025 apontam uma redução de 33% no número de óbitos. Neste período, o número de mortes em relação a doenças respiratórias caiu 45%, a queda por malária foi 65% e 74% por desnutrição.

Programas do SUS 

Grandes marcos do SUS foram a criação do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em 2003, Brasil Sorridente, Hemobrás e Farmácia Popular, em 2004, Rede Cegonha (atual Rede Alyne), em 2011, Programa Mais Médicos, em 2013, Brasil Saudável em 2024 e Agora Tem Especialistas, em 2025.

  • Vacinação

O SUS conta com o PNI (Programa Nacional de Imunizações), o maior programa público de vacinação da América Latina. O programa disponibiliza 48 imunobiológicos, sendo 31 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas. As ações contribuíram para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, até resultados mais recentes como a recertificação de país livre de sarampo pela OPAS. Além disso, o Brasil foi pioneiro na oferta de vacinas contra a .

  • Complexo industrial 

O Governo Federal retomou a agenda voltada ao fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde em 2023, com medidas para reduzir a dependência do Brasil. A expectativa é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos e vacinas sejam produzidas no país.

  • Agora tem especialistas

O tempo de espera por atendimento na rede pública é um desafio histórico. Por isso, o Ministério da Saúde lançou o programa Agora Tem Especialistas, com foco em seis áreas estratégicas: oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. 

A expansão da telessaúde, que pode reduzir em até 30% o tempo de espera por atendimento especializado no SUS, é um dos eixos do programa. Em 2024, foram 2,5 milhões de atendimentos em telessaúde.

  • Novo Pac Saúde 

 Com o Novo PAC Saúde, o Governo do Brasil garante novas obras, equipamentos e veículos para fortalecer o SUS em todo o país. São novas UBS, salas de teleconsulta, unidades odontológicas móveis, policlínicas, maternidades, Centros de Atenção Psicossocial e novas ambulâncias do SAMU 192. A meta é universalizar o serviço de emergência até o final de 2026 e ele agora está presente, também, em território indígena, com atendimento 24h e profissionais bilíngues.

  • O SUS vai além dos hospitais 

O SUS não está presente apenas em hospitais e unidades de saúde. Ele está no copo de água que a população bebe, no alimento seguro que é consumido diariamente, na ambulância que pode ser solicitada gratuitamente, no controle de epidemias e até na regulação de medicamentos. “Não é apenas hospital: é rede, prevenção, ciência e proteção social”.

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