Réptil ancestral dos dinossauros é descoberto no Brasil
Estima-se que o fóssil do réptil Gondwanax paraisensis teria atingido cerca de um metro de comprimento e viveu há 237 milhões
Helder Carvalho –
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Uma nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos foi descoberta em Paraíso do Sul, no Rio Grande do Sul. Chamado de Gondwanax paraisensis, os detalhes do esqueleto fossilizado sugerem que o material pertence a um animal da linhagem dos dinossauros, podendo ser um dinossauro propriamente dito ou um parente muito próximo. Esse é um dos fósseis mais antigos dessa linhagem já descobertos.
Segundo a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), com base nas dimensões dos elementos preservados, estima-se que o Gondwanax paraisensis teria atingido cerca de um metro de comprimento.
De acordo com o correiro braziliense, não foi possível inferir seus hábitos alimentares porque dentes ou outros elementos cranianos não foram recuperados. Ainda assim, a maioria dos animais relacionados a ele foram herbívoros ou onívoros, o que torna bastante provável que ele também tivesse esse tipo de dieta.
Em relação ao nome, Gondwanax significa “lorde do Gondwana”, em referência ao futuro domínio que os dinossauros exerceriam na porção de terra conhecida como Gondwana (região Sul do Supercontinente Pangeia). Já paraisensis é uma homenagem ao município de Paraíso do Sul.
A descoberta do Gondwanax paraisensis em rochas com aproximadamente 237 milhões de anos na região central do Rio Grande do Sul destaca a importância do Brasil no cenário internacional do estudo da origem dos dinossauros.
“O achado demonstra que, além de preservar alguns dos dinossauros do mundo, o Brasil também abriga fósseis dos répteis que marcaram o início da história evolutiva dos dinossauros, revelando detalhes até então desconhecidos dessa trajetória que transformou os ecossistemas terrestres durante a Era Mesozoica”, frisa a UFSM.
Características
O fóssil foi classificado como membro do grupo denominado “Silesauridae”, devido às características diagnósticas presentes no fêmur (osso da coxa). No entanto, há um debate sobre a posição que os “silessaurídeos” ocupavam na árvore evolutiva dos dinossauros.
Alguns pesquisadores acreditam que esses animais podem ter sido precursores muito próximos dos dinossauros, enquanto outros sugerem que eles eram dinossauros verdadeiros. Esse conflito de hipóteses ocorre justamente porque os “silesaurídeos” apresentam características típicas de dinossauros, mas também possuem algumas que parecem bastante primitivas.
Em nota, a Universidade ainda cita que “Essa condição é observada nos elementos ósseos de Gondwanax paraisensis. Por exemplo, o fêmur não apresenta uma das principais cristas para ancoragem de músculos, comum em dinossauros. Já o seu sacro (região que conecta a cintura com a coluna) parece bastante avançada, uma vez que apresenta mais vértebras do que outros “silessaurídeos” com idade similar. Essa incomum combinação de características pode indicar que o Gondwanax paraisensis locomovia-se de maneira distinta dos outros precursores dos dinossauros”.
Os fósseis da nova espécie foram descobertos por acaso pelo médico Pedro Lucas Porcela Aurélio. Após recolhidos, os materiais foram doados para o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM, em janeiro de 2024.
O paleontólogo Rodrigo Temp Mülle, da UFSM, publicou na última semana o estudo no periódico científico Gondwana Research, descrevendo uma nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. A pesquisa pode ser acessada neste link.
Outros fósseis foram descobertos no RS
Em julho deste ano, um fóssil de um dinossauro que viveu há cerca de 230 milhões de anos e, provavelmente, tinha 2,5 metros de comprimento, foi encontrado por pesquisadores em um sítio localizado no município de São João do Polêsine, no interior do Rio Grande do Sul.
No mesmo mês, outro fóssil de espécie que viveu há 237 milhões de anos foi encontrado no Rio Grande do Sul. O animal se assemelha a jacarés e crocodilos sendo batizado de Parvosuchus aurelioi.
*Com informações do correiro braziliense
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