Paulo Cupertino, acusado de matar ator e pais do jovem em SP, tem julgamento cancelado

O julgamento de Paulo Cupertino, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, foi cancelado em nessa quinta-feira (10), após Cupertino demitir seu advogado durante a sessão no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Ele estava sendo julgado por triplo homicídio qualificado.

Com a demissão, o processo foi suspenso, e agora será necessário nomear um novo advogado ou defensor público para que o julgamento possa ser remarcado.

Paulo Cupertino já havia causado confusão no tribunal, sendo algemado após tentar agredir sua própria defesa durante os depoimentos. Ele também havia enviado uma carta à Justiça alegando que os jurados foram influenciados pela repercussão do caso, o que teria prejudicado sua defesa.

Além dele, dois amigos, Eduardo Jose Machado e Wanderley Antunes Ribeiro, serão julgados no mesmo processo, porém, a dupla responde em liberdade. Eles são acusados de favorecimento pessoal, pois ajudaram Cupertino a fugir e se esconder após os homicídios. Eduardo é dono de uma pizzaria na Zona Sul, enquanto Wanderley morava em Sorocaba. 

Cupertino foi preso quase 3 anos após os crimes

Paulo Cupertino foi preso no dia 15 de maio de 2022, em São Paulo (SP), quase três anos após o assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais. Ele foi detido por policiais da 6ª Seccional e encaminhado ao 98º Distrito Policial, na Zona Sul de São Paulo.

O delegado responsável informou que as equipes receberam denúncias de que o acusado estava na capital paulista. De acordo com o G1, Cupertino era o primeiro nome na lista dos criminosos mais perigosos e procurados de São Paulo, inclusive incluído na Difusão Vermelha da Interpol. 

Assassino de ator se escondeu em MS

De acordo com o delegado Pablo Ricardo Campos dos Reis, da Delegacia de Polícia Civil de Eldorado, todos ficaram surpreendidos ao descobrirem quem Paulo realmente era. O foragido usava o nome de Manoel Machado da Silva e evitava exposição. “Era um indivíduo pacato. Saía apenas para ir a lotérica ou para comprar cigarro”, disse.

Durante a pandemia, deixou a barba crescer e saía apenas de máscara, dificultando ainda mais que fosse identificado. “Ele teve contato com muitas pessoas por causa do trabalho no assentamento, mas ninguém nunca desconfiou de nada, por isso todos foram pegos de surpresa”, explicou o delegado que ajuda a Polícia Civil de São Paulo.

Pablo explica que as investigações eram conduzidas pelo Departamento de Homicídios do estado vizinho, mas diz que a polícia sul-mato-grossense tem prestado apoio. O delegado ressaltou ainda que o dono da chácara responsável pela contratação de Cupertino, identificado como Alfonso Helfenstein é piloto de avião e também é foragido.

“Contra ele há um mandado de prisão por tráfico”, disse Pablo. Alfonso já havia sido preso em 2008 por transportar 300 quilos de maconha. Os dois foram vistos pela última vez na terça-feira da semana passada, onde há registro de pouso e decolagem de uma aeronave na propriedade de Alfonso. É possível que ambos tenham fugido juntos.

Paulo Cupertino ficou aproximadamente 8 meses escondido em MS.