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Brasil

Indícios apontam que havia ‘Abin Paralela’, diz novo número 2 da agência

De acordo com os investigadores da PF, foi instalada uma "Abin paralela" no governo passado
Agência Estado -
Marco Cepik (Reprodução)

O novo número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Marco Cepik, afirmou nesta quarta-feira, 31, que todas as descobertas feitas pela (PF) apontam que havia uma “Abin paralela” durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cepik foi nomeado para o cargo de diretor adjunto nesta terça-feira, 30, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitir Alessandro Moretti, que era ligado ao ex-presidente.

“Todos os indícios que se tem é de que havia, sim, (uma Abin Paralela)”, afirmou Cepik em entrevista para a GloboNews nesta quarta. “Temos que aguardar o final dos processos investigatórios nas instâncias para verificar a comprovação não apenas de que se houve, mas de quem estava ali.”

De acordo com os investigadores da PF, foi instalada uma “Abin paralela” no governo passado que tinha como objetivo monitorar pessoas consideradas adversárias de Bolsonaro e atuar por interesses políticos e pessoais do ex-presidente e de seus filhos. Em outubro do ano passado, durante a deflagração da Operação Última Milha, foi identificado que a Abin realizou 33 mil monitoramentos ilegais. Dos usos, 1.800 foram destinados à de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do ex-chefe do Executivo.

No último dia 25, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de aparelhar a Abin para espionar ilegalmente opositores do governo Bolsonaro. Um dos alvos foi o ex-diretor da Abin, deputado federal (PL-RJ), que comandou a agência entre 2019 e 2022 e é pré-candidato à Prefeitura do Rio com o apoio de Bolsonaro. Na segunda-feira, 29, uma nova fase da operação fez buscas na residência do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho “02” do ex-presidente.

Cepik nega conluio da Abin durante o governo Lula

O diretor adjunto também disse que as instituições brasileiras foram “fortemente atacadas” durante o governo Bolsonaro. Cepik também afirmou que a gestão do ex-presidente adotou uma “profunda desorganização institucional” e uma “tentativa de captura” de órgãos estratégicos.

Ele ainda negou que a Abin teria dificultado as investigações da PF sobre os monitoramentos ilegais. Diligências indicaram que a cúpula da Abin dificultou as apurações e estaria agindo em “conluio” com servidores investigados. O suposta obstrução custou o cargo de Moretti nesta terça.

Segundo o novo número 2, a Abin criou uma sindicância no ano passado, assim que as primeiras informações sobre o software espião utilizado pela agência repercutiram na imprensa, o que mostraria, em sua visão, o interesse do órgão em elucidar o caso

“A ideia de que há um grande conflito entre a Polícia Federal e a Abin ou que há um grande conflito de pessoas dentro do governo não me parece correta. Não existe a Abin do Lula, não existe a Polícia Federal do Lula, existem as instituições republicanas voltando a funcionar de maneira sinérgica para produzir um resultado que vire essa página da história brasileira”, afirmou Cepik.

Abin não serve para ‘bisbilhotar as pessoas’, diz novo diretor adjunto

O novo diretor adjunto declarou também que o software FirstMile, que é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G, era feito para “bisbilhotar as pessoas” e não era condizente com as funções realizadas pela Abin.

“A Abin não precisa disso para a realização da sua missão principal, que é produzir conhecimento estratégico para assessorar o presidente da República e os ministros no enfrentamento das vulnerabilidades da segurança. Quem tem que usar ferramentas neste sentido são órgãos de inteligência que tenham que dar suporte à polícia judiciária, a um uso mais tático da atividade de inteligência”, disse o número 2 da Abin à GloboNews.

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