HIV em transplantados: Registro profissional usado em exames falsos é de biomédica que nunca atuou no RJ
A mulher, que atualmente mora no Recife, no Pernambuco, afirma que nunca trabalhou para o laboratório PCS Lab Saleme
Liana Feitosa –
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A biomédica Júlia Moraes de Oliveira Lima teve seu número de registro profissional usado sem autorização no exame que atestou falsamente o resultado negativo para HIV em um dos dois doadores de órgãos que acabou infectando pacientes transplantados no Rio de Janeiro.
A mulher, que atualmente mora no Recife, no Pernambuco, afirma que nunca trabalhou para o laboratório PCS Lab Saleme, investigado pelo erro que ocasionou a infecção de seis pacientes transplantados.
As informações foram inicialmente veiculadas pela TV Globo. Quem assina o exame feito pelo laboratório é a técnica Jacqueline Iris Bacellar, no entanto, o número de registro profissional que consta no documento pertence a Júlia Moraes de Oliveira Lima.
À TV Globo, Júlia contou que só exerceu a profissão em laboratórios particulares de São Paulo e que há ao menos 2 anos o registro está cancelado pelo Conselho Regional de Biomedicina devido à falta de pagamento de anuidade, já que ela não está atuando como biomédica.
Laboratório sem registro
Já a técnica Jacqueline Iris Bacellar não possui registro profissional no Conselho Regional de Biomedicina do Rio de Janeiro.
De acordo com Conselho Regional de Biomedicina do Rio de Janeiro à TV Globo, nem a técnica, nem o laboratório PCS Saleme têm registro ativo na autarquia.
Em nota, o PCS Saleme disse que vai investigar internamente o porquê de Jacqueline ter usado registro de outra profissional.
O caso
Seis pacientes que receberam transplante de órgãos foram infectados pelo vírus no RJ. O erro foi do laboratório PCS Lab Saleme, empresa que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi contratada pela Secretaria Estadual de Saúde em dezembro de 2023.
A contratação foi feita para que o laboratório realizasse a sorologia de órgãos doados por meio de um processo de licitação emergencial no valor de R$ 11 milhões.
Os testes, que geralmente são feitos pelo Hemorio, o Instituto Estadual de Hematologia, foram terceirizados porque o órgão estadual estava sobrecarregado.
A Anvisa esteve no laboratório PCS e descobriu que a unidade não tinha kits para realização dos exames de sangue e também não apresentou notas fiscais da compra dos itens, o que levantou a suspeita de que os resultados tenham sido forjados.
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