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Quem é Alexandre Ramagem, aliado de Jair Bolsonaro que comandava a Abin

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores utilizavam software ilegalmente
Agência Estado -
Alexandre Ramagem, ex-coordenador da Abin. (Foto: Marcos Oliveira, Agência Senado)

Quando a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) monitorou ilegalmente ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da PF (Polícia Federal) – ela era coordenada por Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados.

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador (PL-RJ), o “02”, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

Nesta sexta-feira, 20, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em (18), Alexânia (GO – 1), (1), São José dos Campos (SP – 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

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