Pular para o conteúdo
Brasil

Risco de violência política é alto até data da posse de novo presidente

"Enquanto houver a sensação de que algo pode ser feito para reverter o resultado existem riscos isolados de violência, que podem sair de uma discussão cotidiana e acabar em um homicídio, por exemplo", disse o analista de riscos da Control Risks Mário Braga.
Agência Estado -
urna
(Foto: Antonio Augusto/TSE)

Desde o início da campanha eleitoral, a radicalização esteve presente. Hoje, no dia da votação, alguns momentos simbólicos são considerados os pontos mais suscetíveis de violência e um paralelo ao que ocorreu nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021 – quando foi certificado como presidente eleito e uma multidão de partidários de invadiu o Capitólio -, é inevitável.

“Enquanto houver a sensação de que algo pode ser feito para reverter o resultado existem riscos isolados de violência, que podem sair de uma discussão cotidiana e acabar em um homicídio, por exemplo”, disse o analista de riscos da Control Risks Mário Braga. Ele acrescenta que alguns marcos preocupam mais. “São os períodos de transição, seja do primeiro para o segundo turno, e algumas datas: o dia da certificação do ganhador pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o dia da posse em 1.º de janeiro “

Desde meados de 2021, o presidente Jair Bolsonaro vem ameaçando não reconhecer uma eventual derrota e acusa, sem provas, o sistema eleitoral de não ser transparente e nem 100% confiável. De semanas para cá, ele tem intensificado ataques ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O que preocupa analistas é a base que foi inflamada desde então.

“O risco de violência política é muito grande porque os ânimos estão exacerbados e, infelizmente, o presidente da República vem incentivando esse tipo de violência. Caso se configure, por exemplo, uma vitória do Lula no primeiro turno, acho que podem ter reações violentas”, afirmou o professor Moisés Marques, coordenador de Relações Internacionais na FESP-SP.

Segundo Mário Braga, o contexto das comemorações de partidários de Lula em uma eventual vitória em primeiro turno tem pontos importantes. Equipes de segurança, nos últimos anos, têm conseguido mapear bem onde os riscos podem estar – como na Avenida Paulista ou na praia de -, mas o dia da votação torna tal tarefa mais difícil. “Tem lugares que são os de maior concentração de pessoas, e lá há uma preparação, mas estamos falando de um contexto nacional e a possibilidade de mitigar isso é muito menor”, disse o analista.

FATOR ARMAS

A tensão hoje, segundo relatórios de análises de risco, pode estar presente já ao longo da votação, nas zonas eleitorais. O TSE trabalha na segurança levando em conta, principalmente, atos isolados de partidários que, independentemente de um comando, possam ir aos locais armados, para exercer pressão.

“O que temos visto é a expansão de grupos de ultradireita, um aumento da posse de armas e a retórica beligerante do presidente levando a um ambiente online bastante agressivo e, então, pode ocorrer esse transbordamento do discurso para o dia a dia”, afirmou Braga.

O porte de armas e munições foi proibido pelo TSE entre sábado e segunda-feira. Mas isso não afasta completamente o risco de distúrbios. “Ao longo do dia, prevemos que possam ocorrer potenciais episódios de distúrbios em zonas eleitorais. Alguém que fale ‘quero levar o celular, quero levar minha arma’ e isso leva a uma discussão e pode ser usado em rede social para amplificar o questionamento sobre as urnas”, afirmou.

Com a facilidade do acesso a armas pelos CACs – caçadores, atiradores desportivos e colecionadores -, existe o temor de que muita gente vá armada votar. Para Moisés, esse fator amplia o risco de violência após o resultado da eleição. “O que é muito perigoso nesses próximos dias é a reação, caso Bolsonaro perca a eleição, dos apoiadores dele armados.”

CAPITÓLIO

Uma das preocupações com a crescente violência política é que a situação chegue a tal ponto que vejamos uma cena similar à vista nos EUA, quando partidários de Trump invadiram o Capitólio em protesto contra a certificação da vitória de Biden.

O analista da Control Risks considera que o risco de contestação do resultado foi ampliado entre o primeiro relatório sobre a eleição no Brasil, de agosto, e o último, divulgado na sexta-feira passada. A agência, no entanto, não percebeu movimentações que levam a uma preocupação maior. “Ataques super organizados entram numa categoria de ‘muito improvável'”, disse Braga.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Mais de 30 pessoas morrem em naufrágio de barco turístico no Vietnã

Operário vence Monte Azul, mas fica longe de classificação na Série D

Projeto social distribui agasalhos e sopão solidário neste domingo no Jardim Noroeste

Motorista de Fusion envolvido em acidente com morte de motociclista em Três Lagoas estava com CNH vencida

Notícias mais lidas agora

bolsonaro

‘Hora de colocar a cara’: políticos de direita se manifestam sobre ato pró-Bolsonaro em MS

Morre idosa atropelada na Avenida Duque de Caxias em Campo Grande

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

MPMS investiga armazenamento irregular de agrotóxicos em propriedade rural de MS

Últimas Notícias

Trânsito

Motorista bate em dois carros estacionados e derruba muro no Coophavila

Condutor de SUV teria provocado acidente

Esportes

Fortaleza sai na frente, mas cede empate ao Bahia e adia reação no Campeonato Brasileirão

Partida marcou a estreia do técnico Renato Paiva, ex-Botafogo, no Fortaleza

Cotidiano

Na busca por buldogues franceses, tutores oferecem recompensa de R$ 500 em Campo Grande

Animais de estimação desapareceram no dia 16 de julho, na região da Mata do Jacinto

Esportes

Fifa estuda acabar com rebotes de pênaltis e ampliar a atuação do VAR antes da Copa de 2026

Existe também um apoio crescente da cúpula da Fifa e do Ifab em ampliar o escopo de atuação do VAR