Pular para o conteúdo
Brasil

Intoxicação de cães: indústria diz que adquiriu ingrediente de uma importadora

A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação
Agência Estado -
Polícia investiga morte de cães por suposta intoxicação após ingerir petisco. (Foto: Reprodução)

Identificada pelo Ministério da , Pecuária e Abastecimento (Mapa) como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar Pet Food, a Tecnoclean Industrial Ltda informou na noite de quinta-feira, 8, que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação que apura a suspeita de intoxicação de cães após comerem petiscos da marca Bassar. Na terça-feira, 6, o ministério anunciou a suspensão do uso de dois lotes do ingrediente que apresentavam irregularidades. Segundo a Polícia Civil de Minas, passam de 40 as mortes de cachorros em vários Estados.

“A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Ainda de acordo com a empresa, caso fique comprovada a contaminação, a falha deve ser avaliada entre o importador e o fabricante. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

A sede da Tecnoclean fica em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte, mas um galpão da empresa funciona como depósito de produtos em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Já a A&D Química fica localizada no Arujá.

Investigações

Após a morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação ao consumir petiscos, o Ministério da Agricultura determinou o fechamento da fábrica da Bassar, o recolhimento dos produtos e também suspendeu dois lotes do ingrediente fornecido pela Tecnoplan (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar estaria contaminado com etilenoglicol – mesma substância que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

Ainda segundo a pasta, a Tecnoclean não possui licença para fornecimento da substância para indústria de alimentação animal

“Embora rotulados como se tivessem sido fabricados pela Tecnoclean, o estabelecimento é apenas um depósito cujas atividades econômicas licenciadas não envolve a fabricação de produtos para alimentação animal, motivo pelo qual o empreendimento não possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na área de alimentação, tampouco apresentou registros em outros órgãos fiscalizadores”, acrescentou em nota.

De acordo com o ministério, outras empresas de alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Na quarta-feira, 7, a Bassar Pet Food informou que estava realizando um de todos os produtos comercializados pela marca. A empresa já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção desde sexta passada, quando o governo interditou a fábrica da empresa em São Paulo e o solicitou o recolhimento nacional de todos os lotes de seus produtos.

Até o momento, a Polícia Civil de Minas afirma que, além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, , Santa Catarina, Paraná, , Alagoas, Sergipe e têm relatos de intoxicação de cachorros. Conforme investigações, já são pelo menos 48 óbitos registrados com a mesma suspeita, sendo 8 mortes apenas em Belo Horizonte registradas até segunda-feira, 5. Outros cães permanecem internados com quadro de falência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso.

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles. Conhecida também como etilenoglicol, a substância é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.

Em trabalho conjunto com a Polícia Civil de Minas Gerais, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados serão encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP também notificou a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências até a próxima terça-feira, 13.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Idosa é socorrida em estado gravíssimo após ser atropelada na avenida Duque de Caxias

Executado com 30 tiros no Paraguai estava foragido do Brasil

Polícia encontra fragmentos de ossos no endereço do ex-namorado da estudante desaparecida em SP

Receita Federal apreende 30 toneladas de ‘muamba’ avaliada em R$ 5 milhões na BR-262

Notícias mais lidas agora

moraes

Governo Trump revoga vistos de Moraes, ‘aliados’ dele no STF e familiares

nelsinho governo lula

VÍDEO: ‘Lei de Reciprocidade só em último caso’, diz representante do Senado em negociação com Trump

JBS poderá pagar multa sobre valor milionário se recusar conciliação com moradores

Dólar avança com temor de ofensiva de Trump após ação de STF contra Bolsonaro

Últimas Notícias

Política

Governo Trump revoga vistos de Moraes, ‘aliados’ dele no STF e familiares

O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio

Trânsito

VÍDEO: Idosa foi atropelada ao tentar atravessar a avenida Duque de Caxias

Devido à gravidade dos ferimentos, a idosa estava inconsciente e apresentava sangramento pela boca

Polícia

Nove toneladas de maconha que saíram do MS são apreendidas no Paraná

O caminhão foi carregado de droga em Ponta Porã e tinha como destino a cidade de Chapecó, em Santa Catarina

Política

‘Minha total solidariedade’: Tereza Cristina lamenta medidas cautelares a Bolsonaro

Além de usar tornozeleira eletrônica, o ex-presidente ficará sem acesso às redes sociais, conforme determinação do STF