A chegada a Cuiabá do corpo do delegado de Mato Grosso, Roberto Moreira da Silva Filho, morto na madrugada de ontem durante operação contra extração ilegal de madeira na terra indígena de Aripuanã, foi marcado por emoção.

Segundo a PF, o delegado e sua equipe abordavam caminhões que passavam pelo local na madrugada deste sábado. Um dos motoristas não parou o veículo e tentou atropelar os policiais. Os agentes atiraram e, segundo os relatos da polícia, uma das balas bateu no caminhão e voltou, atingindo a cabeça do delegado.

Assim, o corpo do delegado foi levado de avião até Cuiabá. Depois, colegas fizeram comboio até o aeroporto para a chegada do corpo.

Então, uma homenagem foi feita no hangar ainda no aeroporto, com presença de agentes e chefes da PF. Já a cerimônia de despedida teve aplausos e muita comoção por parte dos policiais, que cobriram o caixão com uma bandeira da instituição.

“Ultimamente a gente não estava poupando elogios, estávamos falando ‘você realmente é diferenciado'”, disse o superintendente da PF de Mato Grosso, Sérgio Sadao Mori, ao elogiar o delegado durante a cerimônia.

Após a homenagem, o corpo seguiu para Brasília, para velório que ocorre neste domingo, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

Delegado morto com tiro na cabeça em ação contra extração ilegal de madeira

O delegado da PF (Polícia Federal) Roberto Moreira da Silva Filho, de 35 anos, morreu baleado durante uma operação contra extração ilegal de madeira em Aripuanã (MT), a 976 km de Cuiabá.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, divulgou nota de pesar pela morte do policial em suas redes sociais. “É com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do Delegado da Polícia Federal, Roberto Moreira da Silva Filho, baleado durante uma operação, no Mato Grosso/MT. Meus sentimentos aos familiares e amigos. Grande perda para a nossa PF”, escreveu, sem entrar em detalhes sobre o episódio.

Natural de Brasília, Roberto era chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico em Mato Grosso. Ele atuava na Operação Onipresente, que tinha como objetivo acabar com o desmatamento em terras indígenas. Nessa operação a PF prendeu servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um cacique, que recebia dinheiro dos madeireiros e garimpeiros para liberar atividade ilegal.