Radicais usam imagem de PM que abriu fogo na Bahia para divulgar fake news
São falsas as alegações de que policiais militares da Bahia “não pensaram duas vezes e atiraram no policial” Weslei Soares, que teve, segundo a Secretaria de Segurança da Bahia, um “surto” e abriu fogo no Farol da Barra, em Salvador, na tarde deste domingo (28). São mentirosas também as insinuações de que não tenha havido […]
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São falsas as alegações de que policiais militares da Bahia “não pensaram duas vezes e atiraram no policial” Weslei Soares, que teve, segundo a Secretaria de Segurança da Bahia, um “surto” e abriu fogo no Farol da Barra, em Salvador, na tarde deste domingo (28). São mentirosas também as insinuações de que não tenha havido negociação entre a corporação e o militar.
De acordo com o Aos Fatos, por 3h30, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) tentaram negociar com Weslei Soares. Conforme a PM, “aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope”.
Também não há qualquer evidência que o policial militar Weslei Soares estivesse em protesto contra ordens de restrição devido à pandemia de Covid-19. Uma série de páginas no Facebook, perfis no Twitter e mensagens no WhatsApp tentam justificar o ato do policial, que abriu fogo contra colegas da corporação, porque ele “se negou a prender trabalhador”. Soares teve sua morte confirmada pela imprensa local no fim da noite deste domingo.
Na verdade, conforme nota da Polícia Militar da Bahia, o militar chegou armado com fuzil e pistola no local às 14h e, a partir de então, pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem, jogou bicicletas e o material de trabalho de vendedores ambulantes no mar. Há registros em vídeo. Ele também efetuou disparos. O bairro da Barra é residencial.
As peças de desinformação que circulam nas redes sociais já acumulavam mais de 110 mil compartilhamentos na madrugada desta segunda-feira (29) só no Facebook.
Uma série de publicações nas redes sociais tenta associar a morte do PM Weslei Soares na Bahia a um suposto “ato heróico” contra medidas de restrição relacionadas à pandemia do novo coronavírus. As informações oficiais confirmadas até o momento, no entanto, não levam a qualquer tipo de conclusão nesse sentido.
Segundo informou o jornal Correio, o soldado em surto já havia começado seus primeiros disparos de fuzil na avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, relataram testemunhas. Houve perseguição policial.
Ao chegar às proximidades do Farol da Barra, os policiais tentaram negociar com o PM, mas ele ameaçava atirar contra todos que estavam no local. “Após um período longo de negociação, o policial efetuou vários disparos contra nossa unidade, e nós tivemos de reagir. O policial foi atingido e socorrido de imediato”, disse o comandante do Bope major Cledson Conceição. “Nós ficamos tristes pelo fato de ser policial militar”, completou o major ao jornal soteropolitano.
A nota da Polícia Militar da Bahia confirmou a versão do oficial: “O soldado alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. Além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas, no mar”.
Conforme relatos colhidos nos jornais locais e com a própria Secretaria de Segurança Pública do estado, o soldado, lotado na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar de Itacaré, município no sul da Bahia, a cerca de 250 km de Salvador, disparou em direção aos policiais e, em seguida, foi alvejado. O policial foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen.
“No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, responsável pela negociação com o PM.
A tentativa de associar a ação do policial a um ato de desobediência civil tem sido usada nas redes sociais também por políticos com mandato, como a deputada Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual Soldado Prisco (PSC-BA). O objetivo é atacar o governador do Estado e opositor político, Rui Costa (PT), alvo comum de bolsonaristas em campanhas de desinformação.
Novas informações devem ser confirmadas na manhã desta segunda-feira, enquanto relatos de tentativas de insubordinação na PM da Bahia surgem nas redes.
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