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Brasil

No 6º dia de julgamento da Kiss, defesas questionam quantidade de pessoas na boate

Número de pessoas que estava na boate na noite da tragédia foi foco do depoimento do ex-promotor de festas
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Stenio Rodrigues Fernandes
Stenio Rodrigues Fernandes

O sexto dia de julgamentos do trágico acidente da boate Kiss começou nesta segunda-feira (6), no Foro Central de . No cronograma, está previsto que sejam ouvidos Stenio Rodrigues Fernandes, ex-funcionário, Willian Machado, sobrinho do sócio da boate, Elissandro Spohr, e vítima sobrevivente, e Nathália Daronch, esposa de Elissandro, também vítima sobrevivente. Os réus Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo dos Santos e Luciano Bonilha serão ouvidos até o fim da semana.

Ainda nesta manhã, Stenio Rodrigues Fernandes, testemunha que trabalhava como promoter, falou em defesa do réu Elisandro Spohr. A testemunha disse que no dia do incêndio, esteve na boate e deixou o local por volta de 00h30. “Alguma coisa me tirou de lá”, relatou ele. Após passar na Kiss, ele foi com um amigo para a cidade vizinha de Caçapava do Sul.

Stenio compartilhou diversas informações sobre a quantidade de público no dia do acidente. O juiz Orlando Faccini chegou a usar o depoimento feito à polícia civil na época do inquérito, pois ele era testemunha arrolada pelo Ministério Publico (MP).

Faccini questionou indignado a quantidade de pessoas que estavam na casa noturna aquela noite. A testemunha teria dito inicialmente que as vendas não passaram de 800 ingressos, a informação contrasta com o que Fernandes disse no depoimento desta segunda-feira, quando estimou que no dia 27 de janeiro de 2013, teria mais de 800 pessoas no local.

Stenio justificou dizendo que teria sofrido “pressão psicológica”. “Eu nem li o documento, só assinei”, disse ele, ressaltando que na época tinha apenas 19 anos e não estava acompanhado de advogados. Ele ainda relatou que a todo momento na polícia eles diziam “fala o que tu sabe, não entra nessa, os caras vão apodrecer na cadeia”. Sem citar o nome, disse que as supostas pressões teriam partido de um escrivão.

Fernandes comentou ter produzido outros da banda Gurizada Fandangueira na boate Kiss e em lugares diferentes. Afirmou que na Kiss, “nunca tinha visto show pirotécnico”. Ainda contou que, cerca de uma semana antes da tragédia, presenciou uma apresentação do conjunto musical no centro de eventos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Narrou que, na ocasião, foram usados fogos e que ele chegou a afastar promotores de eventos da frente do palco porque estava “chuviscando” fagulhas.

A tragédia da boate Kiss deixou 242 mortos e 636 feridos. Isso soma 878 vítimas. A lotação da casa tem sido tema recorrente durante o júri e praticamente todas as testemunhas ou sobreviventes são indagados a respeito do público médio que frequentava o estabelecimento.

Conforme apurado pelo jornal “Gauchazh”, o debate sobre números causou uma interrupção no depoimento de Fernandes. As defesas de Spohr e Hoffmann apresentaram a análise de que o número de 636 feridos que consta na denúncia do Ministério Público, seria equivocado.

Os advogados usaram como gancho para essa afirmação o fato de o depoente ter sido incluído na lista de vítimas, apesar de ter deixado a Kiss antes do horário do incêndio para se deslocar até Caçapava do Sul, onde tinha outro compromisso.

Em resposta, a promotora Lúcia citou outros casos de vítimas que supostamente não teriam sido computados e disse que o número real era superior aos 636 que constam no processo da boate.

O depoimento de Stenio durou pouco mais de três horas.

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