Rede pública

‘Parece um bebê que está aprendendo tudo’

Pediatra e nefrologista infantil, Jaqueline Mello, de 47 anos, estava na linha de frente quando foi infectada em janeiro. Ao todo, ficou 73 dias internada, 51 na UTI. Precisou fazer hemodiálise, pois teve falência renal e sepse. Ela deu entrada na rede de reabilitação Humana Magna dependendo de oxigênio, mas já respirava sozinha 12 dias depois. Dia após dia, foi vencendo desafios. “Saí com dificuldade de movimentação. Mexia só a mão direita. Com a reabilitação é que estou voltando a ter mobilidade para conseguir comer, tomar água. Meu objetivo é sair daqui de pé.”

Jaqueline ainda tem de aprender a realizar algumas atividades, com a ajuda da família e da equipe médica. “O banho no chuveiro é uma maratona, porque ainda é na cadeira de rodas. Fiz traqueostomia e usei sonda nasogástrica, então, teve o tempo para tirar e voltar a me alimentar gradativamente. Tive de reaprender a fazer xixi. Parece um bebê que está aprendendo tudo, mas estou conseguindo ganhar a cada dia uma coisa melhor. É difícil, é doloroso, é cansativo, mas, com paciência e persistência, vou conseguir.”

Intubado

O ajudante-geral Sérgio Xavier Pereira, de 39 anos, teve covid-19 em maio do ano passado e ficou 16 dias intubado. Após mais de dez dias na enfermaria do Hospital das Clínicas, ele foi encaminhado para a Rede Lucy Montoro. “Não conseguia me mexer, me levantar, pouca mobilidade nos braços e nas pernas. Saí com escara nas costas, barriga, nos pés e na cabeça, mas foi operada Fiquei com cicatrizes.”

Entre novembro e dezembro, ele precisou voltar à reabilitação. “No fim do ano passado, fui internado de novo para fazer reabilitação, meu pé direito está caído. Fiquei mais 14 dias. Estou me locomovendo com ajuda de órtese e muleta, os médicos não sabem se vai recuperar. Não sinto o meu pé.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.