Agora, cabe ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, agendar uma data para a retomada do julgamento. Fux e o decano ainda votam no caso.
Na ação do triplex, Lula foi condenado por Moro a nove anos e seis meses de prisão, acabou enquadrado pela Lei da Ficha Limpa, foi afastado da corrida ao Palácio do Planalto em 2018 e permaneceu preso por 580 dias. Quanto a Moro, o ex-juiz já foi declarado parcial na ação do triplex. A defesa do petista pretende estender a parcialidade de Moro para as ações do sítio de Atibaia e do Instituto Lula.
Na sessão do último dia 22, a maioria dos ministros seguiu a divergência aberta pelo ministro Gilmar Mendes. Crítico da Lava Jato, o ministro votou a favor de manter a decisão da Segunda Turma contra Moro, apontando que não caberia ao plenário modificar o julgamento do colegiado.
“O plenário não pode tudo, nem modificar decisão proferida pela Segunda Turma, sob pena de violação do devido processo legal. Do contrário, criaremos uma terceira, quarta instância recursal. O stf é maior do que a sua composição atual, temos de honrar os nossos antepassados. Se nós não zelamos pela nossa biografia, temos de zelar pela biografia do tribunal”, disse.
Os ministros Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber acompanharam o entendimento de Gilmar, votando a favor da manutenção do julgamento da Segunda Turma. O relator da Lava Jato no Supremo ministro Edson Fachin, e Luís Roberto Barroso ficaram na ala derrotada.